Beirute O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, admitiu ontem que o país está criando novamente uma "zona de segurança" no sul do Líbano, e que vai manter o controle sobre a área caso não seja enviada para a região uma força multinacional de paz. O objetivo é impedir que combatentes do Hezbollah cheguem perto do território de Israel.
Peretz não especificou se os soldados israelenses permaneceriam no Líbano ou se os militares tentariam manter essa zona-tampão por meio de intensos bombardeios da aviação e artilharia. Nos últimos anos da ocupação ao Líbano (que durou 18 anos e foi encerrada em 2000), o Exército israelense manteve uma zona de segurança no sul do país vizinho, mas suas tropas permaneceram sob constante ataque da guerrilha do Hezbollah.
O envio de uma força multinacional à região provavelmente a cargo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) , defendido a princípio pelos Estados Unidos e pela União Européia, obteve o apoio de Israel, já que depois de duas semanas de bombardeios ficou claro que o país não tem como cumprir sua meta inicial de destruir o Hezbollah. Esta proposta, no entanto, deve levar mais duas semanas para ser formulada. As discussões apontam para a mobilização de 10 mil a 20 mil soldados. O Brasil é citado como um dos países colaboradores.
Ontem, 14.º dia de confrontos, o Exército israelense afirmou já ter cercado Bint Jbail, a 4 quilômetros da fronteira com Israel. Trata-se de um dos principais redutos do Hezbollah por ter sido um dos centros da resistência à ocupação israelense de 1982 a 2000. "A intenção não é ocupar Jbail, mas fazer uma operação limitada", disse o general israelense Ido Nehushtan.
Enquanto as milícias xiitas voltaram a atacar cidades do norte de Israel com seus foguetes, as forças israelenses voltaram a bombardear o sul da capital libanesa, Beirute. O número de mortos já passa de 430 quase 400 do lado libanês e grande maioria civis.
Um ataque aéreo israelense destruiu um posto de observadores militares da Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) em Khiyam, no Sul do Líbano, matando os quatro observadores que trabalhavam no local, todos eles indianos. Segundo o porta-voz da Unifil, Milos Struger, o posto de observação foi atingido diretamente por uma bomba lançada por um avião. Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, 14 séries de disparos israelenses já tinham sido registradas nas proximidades do posto.



