
O governo de Israel deu carta branca ontem para a construção de mais 1.100 unidades habitacionais para colonos judeus em Gilo, assentamento em Jerusalém Oriental, setor árabe da disputada cidade. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu descartou qualquer congelamento nas construções, o que aumenta ainda mais as tensões com os palestinos na região.
O Ministério do Interior de Israel disse que as casas serão construídas em Gilo, um enclave de colonos judeus em Jerusalém Oriental. O ministério afirmou que a construção poderá começar em 60 dias, após ser cumprido um período para debates e objeções, um processo que o porta-voz ministerial Roi Lachmanovich disse ser apenas uma mera formalidade.
O governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que reivindica Jerusalém Oriental para sua capital, condenou a medida.
"Isso envia um sinal errado em uma época bastante sensível", disse Richard Miron, porta-voz do enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), Robert Serry, para o Oriente Médio.
Saeb Erekat, principal negociador palestino, disse que a decisão de Israel significa "1.100 nãos à retomada das negociações de paz". Ele apelou aos EUA, aliados figadais de Israel, a mudarem sua posição e passarem a apoiar os palestinos no pedido de adesão feito semana passada na ONU.
Estado palestino
Com a paralisação das negociações de paz nos últimos três anos, os palestinos decidiram pedir, na semana passada, o reconhecimento do Estado palestino pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), tendo como base as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967.
Netanyahu, em entrevista publicada ontem pelo jornal Jerusalem Post, acusou os palestinos de má fé quando ambas as partes negociavam, até setembro do ano passado. Ele descartou a demanda palestina por um Estado baseado nas fronteiras anteriores a 1967. Ele também afirmou que Israel nunca desistirá de Jerusalém Oriental, a qual considera parte da sua capital.



