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| Foto: REUTERS/Mohammed Salem

Mahmoud Abbas

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse nesta terça-feira (18) aos presos libertados por Israel em Ramala que seu "sacrifício e duro trabalho não foram em vão" e afirmou que Israel se comprometeu a libertar mais presos palestinos além dos estipulados com o Hamas.

"Hoje é um grande dia para a Palestina e para a união nacional", afirmou Abbas em discurso para 3 mil pessoas em Muqata, na sede da ANP em Ramala, para receber aos 95 presos libertados na Cisjordânia.

  • Simultaneamente, Israel começou a libertar presos palestinos

Israel transferiu 477 presos palestinos dos centros de detenção e os levou à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, onde foram libertados nesta terça-feira. Eles foram saudados por dezenas de milhares de habitantes dos dois territórios, que levavam as bandeiras verdes do movimento Hamas.

A libertação também foi comemorara com passeatas pacíficas nos campos de refugiados palestinos de Sabra, Chatila, Bourj al-Barajneh e Ein el-Hilweh, no Líbano.

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"Se palestinos libertados voltarem à violência, serão novamente punidos", diz Netanyahu

Libertação de Gilad Schalit

O vice-líder do Hamas em Damasco, Mussa Abu Marzuk, afirmou que Israel irá suavizar o bloqueio à Faixa de Gaza como parte do acordo. Marzuk pediu que Israel liberte mais prisioneiros além dos 1.027 do acordo.

Foi a captura do soldado israelense Gilad Schalit, em 2006, um dos motivos determinantes para Israel montar o sítio à Faixa de Gaza, que se intensificou após o Hamas tomar o controle do território do movimento Fatah em 2007.

Na cidade de Gaza, um palanque foi montado em uma área central, onde dezenas de milhares de pessoas lembraram o ataque que capturou Schalit em 2006. A multidão pediu aos militantes que capturem mais soldados israelenses para futuras trocas. Os restantes 550 prisioneiros palestinos serão libertados em dois meses.

Para aplacar temores de Israel com a segurança, o Hamas concordou que 200 prisioneiros que seriam soltos na Cisjordânia fossem libertados na Faixa de Gaza. Outros 40 serão deportados para a Jordânia, Catar, Síria e Turquia. O governo turco concordou em receber 10 militantes libertados e reivindicou um papel de destaque tanto na preservação da vida de Schalit quanto no acordo firmado entre Israel e o Hamas.

O Hamas, que negociou a troca dos 1.027 palestinos por Schalit, governa a Faixa de Gaza desde 2007. A Cisjordânia é governada pelo presidente palestino Mahmoud Abbas, da Autoridade Nacional Palestina (ANP), rival do Hamas. O Hamas tornou a libertação uma demonstração de força do movimento islâmico na Faixa de Gaza.

Milhares de partidários foram às ruas com as bandeiras verdes do Hamas, embora um número menor de simpatizantes do Fatah, que forma a base da ANP, também tenham exibido bandeiras nas ruas de Gaza. Os prisioneiros fizeram o caminho a partir da fronteira do Egito para o centro de Gaza. Foram aplaudidos por milhares de moradores enquanto caminhavam na estrada para o centro da cidade.

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Liberatação

O soldado israelense Gilad Shalit foi libertado em meio a uma explosão de alegria nacional na terça-feira (18), depois de cinco anos de cativeiro, trocado por centenas de presos palestinos em um acordo com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza. Simultaneamente, Israel começou a libertar 477 presos palestinos. Outro grupo de 550 prisioneiros palestinos deve ser libertado ainda este ano.

Shalit, de 25 anos, foi levado através da fronteira entre a Faixa de Gaza e a península do Sinai, do Egito, e entregue num posto de fronteira israelense, de onde foi conduzido a um helicóptero que o esperava para transportá-lo a uma base aérea israelense, onde se encontrou com seus pais.

"Senti falta de minha família", disse Shalit, que estava magro e respirando às vezes com dificuldade, em entrevista a uma TV egípcia antes de ser entregue a Israel. A declaração à emissora foi divulgada depois de sua transferência para Israel.

"Espero que este acordo vá promover a paz entre Israel e os palestinos", disse ele.

Parecia improvável que o acordo entre dois grandes inimigos tivesse um impacto imediato sobre os esforços de reviver as negociações de paz entre israelenses e palestinos. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse esperar que o acordo tenha um impacto positivo sobre o processo paralisado.

O ambiente em Israel era de júbilo, com cartazes de "bem-vindo ao lar" nas ruas e passageiros do transporte público assistindo ao vivo transmissões da troca em telefones celulares.

Shalit era visto como "o filho de todos" e pesquisas de opinião mostraram que a maioria dos israelenses apoiava o acordo mil-por-um, embora muitos dos presos libertados tivessem sido condenados por ataques que resultaram em mortes.

Para os palestinos é um momento para celebrar o que o Hamas descreveu como uma vitória, e uma recepção de heróis espera os presos libertados.

"Essa é a maior alegria para o povo palestino", disse Azzia al-Qawasmeh, que esperava em um posto de controle na Cisjordânia por seu filho Amer, que estava na prisão havia 24 anos.

O acordo de troca de prisioneiros recebeu a luz verde da Corte Suprema israelense na noite de segunda-feira, depois de ter o tribunal rejeitado petições do público contra a libertação maciça de presos, muitos servindo penas de prisão perpétua por ataques fatais.

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Nova punição

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou que se os prisioneiros palestinos libertados em troca do soldado israelense Gilad Shalit voltarem a cometer atos de violência, eles serão novamente punidos.

"Nós continuaremos a combater terror e todo extremista que for libertado e voltar à violência terá que ser novamente responsabilizado por seus atos", avisou o premier.

Netanyahu deu a declaração após saudar o soldado israelense Gilad Shalit, libertado na troca de prisioneiros com o Hamas. Dos cerca de mil detentos palestinos libertados no acordo, aproximadamente 300 cumpriam sentenças de prisão perpétua por ataques mortais contra israelenses.

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