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Alerta

Japão a Inglaterra preocupam-se com teste de míssil chinês

O governo chinês insistiu na sexta-feira ser contra uma corrida armamentista espacial depois que Japão e Inglaterra se juntaram a um coro de preocupação em relação a um teste realizado pela China com um míssil para destruição de satélite - a primeira experiência deste tipo em mais de vinte anos.

Os Estados Unidos afirmaram que a China usou um míssil balístico terrestre para destruir um velho satélite meteorológico no dia 11 de janeiro, lançando destroços que podem danificar outros satélites e aumentando os riscos de uma escalada da rivalidade militar no espaço.

Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China não quis confirmar ou negar o incidente, mas disse que o governo chinês não quer uma corrida armamentista no espaço.

``Não posso dizer nada sobre os relatórios. Realmente não sei; vi apenas os relatórios estrangeiros'', disse Liu Jianchao à Reuters.

``O que posso dizer, como uma questão de princípio, é que a China defende o uso pacífico do espaço e é contra a militarização do espaço, e também contra qualquer forma de corrida armamentista'', acrescentou.

A preocupação dos Estados Unidos também foi compartilhada por Austrália e Canadá, e na sexta-feira pelo Japão, que está cada vez mais preocupado com a crescente força militar de seu gigantesco vizinho.

``Estamos preocupados em primeiro lugar do ponto de vista do uso pacífico do espaço, e em segundo lugar a partir da perspectiva da segurança'', disse o principal secretário do Gabinete japonês, Yasuhisa Shiozaki, durante uma coletiva de imprensa.

A Inglaterra também manifestou preocupação com a atitude chinesa, com o porta-voz do primeiro-ministro Tony Blair dizendo a repórteres que ``estamos preocupados em relação ao impacto dos destroços no espaço e expressamos esta preocupação''.

O último teste anti-satélite foi realizado em 1985. Depois disso, o governo norte-americano interrompeu os testes da Guerra Fria, preocupado com o fato de que destroços poderiam ferir civis e prejudicar operações de satélites militares.

O Departamento de Estado norte-americano disse que o sub-secretário de Estado Robert Joseph havia convocado o embaixador chinês para ir a Washington na terça-feira para obter informações sobre o teste.

O porta-voz de Blair disse que a Inglaterra não acredita que o teste chinês tenha violado a lei internacional, mas que o país está preocupado com a falta de consulta. O teste foi ''inconsistente com o espírito da declaração da China à ONU e outros órgãos em relação ao uso militar do espaço'', disse.

PROMESSA DE PAZ

O Japão pediu ao governo chinês uma confirmação de que o teste com o míssil anti-satélite ocorreu e também uma explicação sobre quais as intenções da China, disse Shiozaki.

``Quando transmitimos a mensagem, o lado chinês disse que consideraria a preocupação do Japão e que quer manter o uso pacífico do espaço'', disse uma autoridade do ministério das Relações Exteriores do Japão.

De acordo com David Wright, da União de Cientistas Preocupados em Cambridge, Massachusetts, o satélite pulverizado pela China poderia ter se quebrado em cerca de 40 mil fragmentos de um a dez centímetros, praticamente metade desse volume ficará em órbita por mais de uma década.

Os Estados Unidos têm pesquisado armas de destruição de satélite por conta própria, experimentando dispositivos que usam lasers em terra que pode incapacitar, desligar ou destruir dispositivos em órbita.

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