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Crise diplomática

Japão convoca embaixador da China após diplomata defender decapitação de premiê 

Premiê do Japão, Sanae Takaichi, foi alvo de ameaça após comentário sobre Taiwan (Foto: EFE/EPA/FRANCK ROBICHON / POOL)

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China e Japão vivem uma crise diplomática nos últimos dias envolvendo comentários sobre Taiwan por parte do governo japonês. A situação se deteriorou após um diplomata chinês defender a "decapitação" da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi.

Nesse contexto cada vez mais tenso, ambos os países convocaram embaixadores para consultas em tom de protesto nesta sexta-feira (14).

A confusão teve início com declarações da premiê japonesa no Parlamento nesta semana. Na ocasião, a líder defendeu uma ação de defesa coletiva em caso de crise no Estreito de Taiwan, para evitar ameaças ao país devido à proximidade da ilha com os territórios japoneses do sudoeste.

A primeira-ministra, que já havia sido criticada por Pequim após trocar cumprimentos com o ex-vice-primeiro-ministro taiwanês Lin Hsin-i durante sua recente participação na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) na Coreia do Sul, é uma figura-chave do conservadorismo japonês e seu tom em relação a Taiwan é mais firme do que o de governos anteriores.

Um episódio posterior elevou ainda mais a crise diplomática entre os países asiáticos, quando um cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, publicou comentários na rede social X, que posteriormente apagou, pedindo que a cabeça de Takaichi fosse "cortada" por causa do ocorrido, o que provocou um protesto formal do Japão.

O país convocou nesta sexta-feira o embaixador chinês em Tóquio para explicações sobre o pedido de decapitação do diplomata de Pequim. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Japão informou confirmou a solicitação de consultas com o embaixador Wu Jianghao com um "forte protesto contra as declarações extremamente inadequadas".

Na quinta-feira, o regime chinês já havia deixado claro sua irritação com as falas da premiê Sanae Takaichi, pedindo uma retratação de Tóquio, sob ameaça de "graves consequências".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, classificou em entrevista coletiva os comentários de Takaichi sobre Taiwan como "provocativos" e uma "interferência grosseira" em assuntos internos da China.

Pequim apresentou uma queixa formal ao embaixador japonês e Tóquio recusou retratar sua declaração, enquanto a China enfatizou que a ilha autogovernada de Taiwan é "uma linha vermelha".

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