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Tensão

Jornal iraniano reafirma poderio nuclear e EUA reagem

Planta de enriquecimento de urânio ficaria protegida sob uma montanha de Qom

Ahmadinejad encontra Chávez em Caracas, na visita de 2009: novo encontro entre os aliados | Juan Barreto/AFP
Ahmadinejad encontra Chávez em Caracas, na visita de 2009: novo encontro entre os aliados (Foto: Juan Barreto/AFP)

O Irã começará "em breve" a en­­riquecer urânio em uma central atômica construída sob uma mon­­tanha nos arredores de Qom (120 km ao sul de Teerã), para se tornar mais resistente a eventuais ataques aéreos, sustenta o jornal pró-regime Kayhan.

O veículo de comunicação, que é próximo de clérigos do Irã no poder, disse que Teerã começou a injetar gás de urânio em centrífugas sofisticadas em uma instalação em Fordo, perto da ci­­dade sagrada de Qom.

A planta, que teria uma proteção natural de 90 metros de parede rochosa, deverá operar em menor escala de produção, mas será mais rápida e eficiente do que as demais centrais iranianas.

A notícia é tida como sinal de que o Irã não suspenderá seu enriquecimento mesmo que se concretizem planos de retomada das negociações com o Ocidente.

O país disse há meses que está se preparando para realizar o en­­riquecimento de urânio de Fordo.

A inauguração do programa poderia bloquear novas negociações com as grandes potências no sentido de resolver a disputa nu­­clear por vias diplomáticas. O Irã tem sugerido conversar sobre seu programa nuclear com os mem­­bros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, mas o diálogo está paralisado há um ano.

Reação

O secretário de Defesa dos Esta­­dos Unidos, Leon Panetta, afirmou ontem que as autoridades americanas não vão deixar o Irã desenvolver armas nucleares ou bloquear o estreito de Ormuz, área chave para o transporte do petróleo do Oriente Médio, onde o Irã tem feito exercícios militares. "Eles precisam saber disso: se eles derem esse passo, eles serão impedidos", ameaçou.

A tensão cresceu entre Teerã e Washington desde o último dia 3, após a advertência iraniana sobre a presença da Marinha americana no Golfo enquanto realizavam manobras militares, despertando temores sobre o eventual fechamento do estreito de Ormuz.

Washington advertiu que man­­terá seus navios de guerra mobilizados no Golfo, enquanto a Casa Branca considerou que as advertências do Irã demonstravam sua "debilidade" e a eficácia das sanções aplicadas contra o país por impulsionar seu polêmico programa nuclear.

"Eles estão tentando desenvolver uma arma nuclear? Não. Mas nós sabemos que estão tentando desenvolver uma capacidade nu­­clear. E é isso que nos preocupa", disse Panetta à rede de tevê americana CBS.

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