
Ouça este conteúdo
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocou acidentalmente um jornalista num grupo no app de mensagens Signal, e o profissional ficou sabendo sobre um ataque aéreo ao Iêmen poucas horas antes de acontecer.
O jornalista Jeffrey Goldberg, da The Atlantic, revelou o fato num artigo publicado nesta segunda-feira (24) no site da revista americana.
“O mundo descobriu pouco antes das 14h, horário do leste [dos Estados Unidos, 15h de Brasília], em 15 de março, que os Estados Unidos estavam bombardeando alvos [dos rebeldes] houthis no Iêmen”, escreveu Goldberg.
“Eu, no entanto, sabia que o ataque poderia estar chegando, duas horas antes das primeiras bombas explodirem”, acrescentou o jornalista.
Goldberg, que depois saiu do grupo, afirmou que uma mensagem enviada pelo secretário de Defesa de Trump, Pete Hegseth, às 11h44, continha informações “precisas” sobre as armas que seriam utilizadas, os alvos e os horários da operação.
Brian Hughes, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, reconheceu em uma declaração à CNN que houve a inclusão equivocada do jornalista no grupo, mas afirmou que não houve consequências à segurança nacional dos Estados Unidos.
“Esta cadeia de mensagens parece ser autêntica, e estamos analisando como um número desconhecido foi adicionado à cadeia. O tópico é uma demonstração da coordenação política profunda e ponderada entre autoridades seniores. O sucesso contínuo da operação contra os houthis demonstra que não houve ameaças às tropas ou à segurança nacional”, alegou.
Em conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump disse que não sabia “nada” sobre o assunto.
“Não sou muito fã da Atlantic. Para mim, é uma revista que está saindo do mercado. Acho que não é uma revista importante. Mas não sei nada sobre ela”, ironizou Trump.
O líder da oposição democrata no Senado, Chuck Schumer, pediu uma investigação sobre o assunto. “Este é um dos vazamentos [de informações] mais impressionantes da inteligência militar sobre os quais li em muito, muito tempo”, afirmou, segundo a CNN.
“Este desastre requer uma investigação completa sobre como isso aconteceu, os danos que gerou e como podemos evitá-lo no futuro”, argumentou. O líder republicano no Senado, John Thune, disse que a casa vai investigar o assunto.
VEJA TAMBÉM:







