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A maioria dos jornais, revistas e sites noticiosos da Itália parou nesta sexta-feira (9) em protesto contra a proposta de lei do primeiro-ministro Silvio Berlusconi de restringir as reportagens com base em materiais obtidos, com autorização judicial, de grampos telefônicos feitos pela polícia.

O governo alega que a medida, chamada pela imprensa italiana de "Lei da Mordaça", é necessária para proteger a privacidade de indivíduos contra investigações arbitrárias, mas os críticos alegam que ela prejudicará a luta contra o crime organizado e dificultará o trabalho da imprensa, que terá mais dificuldade em reportar casos de corrupção.

Previsto para ser votado no Parlamento no próximo dia 29, o projeto de lei restringirá as condições nas quais juízes podem ordenar grampos e proíbe jornais de usar transcrições das gravações enquanto investigações preliminares não forem concluídas, o que normalmente pode levar anos.

O principal sindicato de jornalistas italianos, o FNSI, disse que a legislação "limitará gravemente o direito dos cidadãos de tomar conhecimento do andamento de inquéritos judiciais, impondo graves limites à livre circulação de informações".

Apoio

A greve dos jornalistas recebeu o apoio dos principais jornais do país, como o Corriere della Sera, a Gazzetta dello Sport, La Stampa e La Repubblica, que não circularam nesta-sexta-feira. As revistas L'Espresso e Panorama também participaram do movimento grevista. O site da agência Ansa e da seção de notícias da rede de TV estatal RAI não foram atualizados.

Entre os poucos jornais que estavam à venda nas bancas estavam Il Giornale, que pertence à família de Berlusconi, e o Libero, jornal pró-Berlusconi segundo o qual "os verdadeiros obstáculos à Justiça são os grampos descontrolados".

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