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Mulheres usando o véu em Teerã: Irã busca aumentar a repressão contra mulheres que não respeitam as normas de uso do hijab
Mulheres usando o véu em Teerã: Irã busca aumentar a repressão contra mulheres que não respeitam as normas de uso do hijab| Foto: EFE/Jaime León

Organizações de direitos humanos denunciam que uma adolescente de 16 anos está em coma no Irã após ter sido agredida pela Polícia da Moralidade por desrespeitar as normas de uso do hijab, o véu islâmico.

Segundo a Organização Hengaw para os Direitos Humanos, a jovem Armita Garavand foi levada inconsciente para um hospital na capital iraniana, Teerã, devido a uma agressão da Polícia da Moralidade, na entrada de uma estação de metrô.

A jovem não estaria usando o véu, segundo relatos. A agressão ocorreu na manhã de domingo (1º).

Depois que informações sobre o caso e uma foto da jovem na UTI foram divulgadas na internet, as autoridades iranianas começaram a pressionar a família de Garavand, relatou a Organização Hengaw nesta quarta-feira (4).

Em comunicado, a ONG afirmou que os celulares de todos os membros da família da adolescente foram apreendidos. A Organização Hengaw também sugeriu que a mãe de Garavand afirmou não saber o motivo da internação da jovem em entrevista a uma emissora estatal porque o relato foi gravado “sob intensa presença e pressão das forças de segurança”.

Rígidas medidas de segurança, como controles de acesso, foram implantadas no hospital desde que a adolescente foi internada.

A Organização Hengaw pediu no comunicado que uma equipe médica independente, formada por profissionais do Médicos Sem Fronteiras e da Cruz Vermelha, faça uma análise do quadro de saúde de Garavand, com presença de algum representante da comissão das Nações Unidas no Irã.

O caso lembra o de Mahsa Amini, uma jovem iraniana de 22 anos que morreu enquanto estava sob custódia de policiais por “uso inadequado” do véu islâmico, em setembro do ano passado. O caso despertou a maior onda de manifestações no Irã em muitos anos.

O regime iraniano respondeu com violência aos protestos, nos quais vários manifestantes foram mortos, e condenou à pena capital outros participantes, dos quais ao menos sete já foram executados.

Apesar da indignação popular, o Irã está buscando aumentar a repressão contra mulheres que não respeitam as normas de uso do hijab: o Parlamento do país aprovou no mês passado um projeto de lei que aumenta as penas nesses casos. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Conselho dos Guardiães, composto por clérigos e juristas.

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