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Uma juíza de um tribunal de apelações dos EUA afirmou que os deportados venezuelanos estão recebendo tratamento pior pelo governo de Donald Trump do que os nazistas deportados do território americano durante a Segunda Guerra Mundial.
“Havia aviões lotados de pessoas - não havia procedimentos em vigor para notificar as pessoas. Os nazistas receberam melhor tratamento sob a Lei dos Inimigos Estrangeiros do que aconteceu aqui”, afirmou a magistrada Patricia Millett ao questionar o procurador-geral adjunto Drew Ensign sobre a agilidade nas deportações para El Salvador, durante uma audiência.
Em resposta, a defesa do Estado rejeitou a conexão com o contexto nazista. “Bem, meritíssimo. Nós certamente contestamos a analogia com os nazistas".
O Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito de D.C. ouviu argumentos nesta segunda-feira (24) sobre o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros pelo governo Trump para acelerar o processo de deportação de mais de 200 supostos membros da gangue Tren de Aragua para El Salvador.
Segundo a magistrada, que compõe o painel ao lado de outros juízes, "não há regulamentações, e nada foi adotado pelos funcionários da agência que estavam administrando isso. Essas pessoas não foram notificadas. Não foram informadas para onde estavam indo. Elas receberam essas pessoas naqueles aviões naquele sábado e não tiveram oportunidade de entrar com habeas corpus ou qualquer tipo de ação para contestar a remoção" sob a lei invocada por Trump.
Na apelação, o governo federal solicitou ao tribunal a anulação da ordem de restrição temporária emitida pelo juiz federal James Boasberg, bloqueando o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros para deportações.




