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Um tribunal do Paquistão abriu nesta segunda-feira (2) um novo processo contra Pervez Musharraf, desta vez pela operação militar que o ex-general ordenou ser executada em 2007, quando era chefe do Estado e do Exército, contra a Mesquita Vermelha de Islamabad.

Segundo uma fonte próxima a Musharraf, o Superior Tribunal de Islamabad pediu que a polícia da capital paquistanesa faça uma investigação sobre esse ataque, que foi respondido pela insurgência com uma onda de atentados suicidas.

O processo contra o ex-presidente tinha sido apresentado por um filho do clérigo radical Abdul Rashid, que responsabiliza Musharraf da morte de seu pai, irmão do principal líder do templo, e de sua mãe.

A operação armada contra a Mesquita Vermelha, considerada por muitos como desproporcional, foi lançada depois que um grupo de radicais fez reféns no local. Na ação, segundo a versão oficial, morreram 103 pessoas. Outras fontes, no entanto, dizem que o número de vítimas foi bem maior.

"Trata-se de uma aventura judicial, carece de sentido. As agências de segurança do Estado autorizaram a operação", disse à Agência Efe o general reformado Rashid Qureshi, porta-voz durante muitos anos do ex-ditador paquistanês.

"Em circunstâncias normais diria que este caso não tem nenhuma possibilidade de prosperar, mas levando em conta o chefe do Supremo (Iftikhar Chaudhry) é difícil saber o que se passará", afirmou Qureshi.

Musharraf, que comandou o país entre 1999 e 2008, foi acusado formalmente em agosto por outro tribunal de conspiração para assassinar a ex-primeira ministra Benazir Bhutto, morta em um atentado em 2007.

O ex-general golpista tem além disso outras duas causas abertas contra ele. Uma é relativa à decisão de seu governo de impor o estado de emergência em 2007, durante o qual destituiu Chaudhry e dezenas de juízes, e a outra se deve a seu suposto envolvimento no assassinato, em 2006, de um líder nacionalista baluchi.

As ações começaram pouco antes das eleições gerais de maio, as quais Musharraf não pôde se candidatar em um partido criado em torno de sua figura ao ser desqualificado pela justiça.

O ex-presidente, o único dos quatro ditadores militares do país asiático que foi acusado formalmente em um tribunal, tinha retornado semanas antes ao Paquistão após um autoexílio de quatro anos.

Musharraf se encontra desde abril sob prisão domiciliar em sua mansão nos arredores de Islamabad e segundo seu antigo porta-voz "está bem e tranquilo".

"Sente muita decepção pela atuação da Justiça mas sabe que o mundo está observando o que está ocorrendo", disse Qureshi.

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