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Nicolas Sarkozy acena para curiosos ao deixar restaurante | Benoit Tessier/Reuters
Nicolas Sarkozy acena para curiosos ao deixar restaurante| Foto: Benoit Tessier/Reuters

Análise

Há quem acredite que os vários processos podem beneficiar ex-presidente

O indiciamento do ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, compromete um eventual retorno dele à cena política e também o futuro da União por um Movimento Popular (UMP), formação conservadora que está dividida, arruinada e abalada por escândalos financeiros.

Era dado como certo o retorno de Sarkozy à linha de frente da política, a começar pela reunião prevista para 29 de novembro para escolher o presidente da UMP, partido que em 2007 o levou ao Palácio do Eliseu, e já de olho nas eleição presidencial de 2017.

Alguns analistas políticos, como o da emissora de televisão BFM, Thierry Arnaud, defendiam que Nicolas Sarkozy tomaria uma decisão sobre seu futuro depois do verão europeu.

Tanto entre pessoas ligadas a Sarkozy quanto nas fileiras rivais há quem acredite que o acúmulo de processos poderia beneficiá-lo, caso ele decida se colocar na posição de vítima de um complô montado por juízes parciais com o governo socialista.

Já entre os socialistas, a estratégia de comunicação está centrada em reivindicar a independência do Poder Judiciário e lembrar que Sarkozy está amparado pela presunção de inocência, como qualquer outro cidadão, dois dos "grandes princípios" do Estado de direito.

O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy disse ontem que o sistema legal está sendo usado para fins políticos.

Ele está sendo investigado formalmente pela suspeita de usar sua influência para obter detalhes de um inquérito envolvendo sua campanha presidencial de 2007.

A medida, que quase sempre termina em julgamento, é um grande golpe nas esperan­ças de Sarkozy de voltar à Presidência depois da derrota para o rival socialista François Hollande na eleição de 2012.

O político conservador nega qualquer ilegalidade na série de inquéritos, nos quais o seu envolvimento direto ou indireto levou a questionamentos sobre sua viabilidade como candidato a presidente em 2017.

"Digo àqueles que estão ouvindo ou assistindo que nunca os traí e nunca cometi nenhum ato contra os princípios da República e o Estado de Direito", afirmou o ex-presidente Sarkozy, de acordo com trechos da primeira entrevista desde a derrota de 2012, à rádio Europe 1.

"A situação é suficientemente séria para dizer ao povo francês a que ponto chegamos na exploração política de parte do sistema legal hoje em dia", disse.

Investigação

Os magistrados investigam se Sarkozy usou sua influência para conseguir detalhes vazados de um inquérito sobre supostas irregularidades na campanha vitoriosa de 2007.

Ele é suspeito de tráfico de influência, corrupção de autoridades e de se beneficiar da violação de segredos profissionais, informou o gabinete da promotoria.

Primeiro ex-presidente

francês a ficar sob custódia da polícia, Sarkozy, de 59 anos, ficou detido durante 15 horas na última terça-feira e depois foi transferido para comparecer diante dos magistrados que irão conduzir a investigação. Em seguida, ele foi solto sem fiança.

Sarkozy "já passou por provações desta natureza, sempre soube lutar", disse Paul-Albert Iweins, advogado do próprio advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, que também está sendo investigado por tráfico de influência, assim como um juiz envolvido no caso.

Decisão

Informações, como a divulgada pelo jornais Le Parisien e Le Monde, baseadas em declarações de colaboradores próximos, apontam que a delicada situação judicial de Nicolas Sarkozy reforçaria ainda mais a determinação dele de retornar à arena política. Ele tem recebido apoio de partidários publicamente, como do o ex-primeiro-ministro François Fillon.

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