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Justiça mantém processo contra Fujimori, apesar de indulto

Alberto Fujimori, que recebeu um indulto concedido pelo presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski em 2017, não está livre de ser processado junto com outros 23 acusados no caso Pativilca

Enquanto deixa uma clínica em Lima, na qual estava hospitalizado, Alberto Fujimori acena para pessoas que o apoiam | LUKA GONZALES/AFP
Enquanto deixa uma clínica em Lima, na qual estava hospitalizado, Alberto Fujimori acena para pessoas que o apoiam (Foto: LUKA GONZALES/AFP)

A Justiça do Peru determinou nesta segunda-feira (19) que o ex-mandatário Alberto Fujimori, 85, será processado por um dos casos de grupos de extermínio apesar do indulto concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski.

Fujimori é acusado de ser o mandante do chamado caso Pativilca, uma das chacinas do grupo paramilitar Colina, comandado pelas autoridades, contra civis na guerra contra a facção terrorista Sendero Luminoso.  

As acusações são similares às feitas em relação às duas outras matanças do Colina -Barrios Altos e La Cantuta-, pelas quais o ex-líder cumpria 25 anos de prisão até ser libertado com decisão de Kuczynski em dezembro.  

Embora o indulto também o isentasse de acusações futuras, a Sala Penal Nacional decidiu que ele não está livre de ser processado junto com os outros 23 acusados, incluindo seu ex-assessor Vladimiro Montesinos.  

O tribunal também declarou a ineficácia da medida presidencial para evitar ações contra Fujimori por vulnerar disposições da Constituição do Peru, padrões internacionais e a jurisprudência de direitos humanos.  

Sem a retirada do processo, ele será obrigado a assistir a todas as audiências do julgamento. Os juízes, no entanto, não determinaram sua prisão ou qualquer outra medida coercitiva contra Fujimori até o momento.  

O advogado do ex-mandatário, Miguel Pérez Arroyo, disse que recorrerá à Suprema Corte para tentar derrubar a decisão. Nem Fujimori nem seus filhos, Keiko e Kenji, se manifestaram sobre a decisão da Justiça.  

Acordo  

Kuczynski disse ter concedido o indulto por razões humanitárias pelo estado de saúde de Fujimori, mas a medida foi vista como moeda de troca do apoio de Kenji e aliados à derrubada da moção que poderia destitui-lo no Congresso.

A decisão foi alvo de manifestações no Peru e condenação internacional. Nesta semana, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, vinculada à OEA, deverá dar seu parecer sobre a libertação do ex-mandatário.

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