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Partidário de Kadafi exibe cartaz com foto do ditador em frente de destroços de uma base naval destruída pelos aliados | Ahmed Jadallah/Reuters
Partidário de Kadafi exibe cartaz com foto do ditador em frente de destroços de uma base naval destruída pelos aliados| Foto: Ahmed Jadallah/Reuters

Trípoli - As tropas internacionais que conduzem um ataque contra o governo líbio vão perder e acabar na lata do lixo da história, afirmou ontem o ditador Muamar Kadafi na terça-feira. "Não vamos nos render... Vamos derrotá-los por qualquer meio", disse o líder líbio em breve declaração na capital do país, transmitida ao vivo pela televisão. "Estamos prontos para a luta, seja ela curta ou longa. Seremos vitoriosos no fim."

Repórteres estrangeiros em Trípoli foram informados que o líder líbio falou desde seu complexo na capital do país e estava se dirigindo a seguidores que formam um escudo humano para protegê-lo. "Estou aqui, minha ca­­sa é aqui, estou na minha tenda", afirmou a seus defensores, que exibiram bandeiras verdes. "Estou aqui, estou aqui, estou aqui."

O discurso marcou a primeira aparição pública de Kadafi desde 15 de março, embora desde então tenha divulgado mensagens de áudio gravadas e concedido entrevistas. Fogos de artifício foram vistos em Trípoli após o discurso do líder líbio.

"Há manifestações em todos os lugares contra esse ataque injustificado, que viola a Carta das Na­ções Unidas", insistiu Kadafi. "Esse ataque é conduzido por um bando de fascistas que vão acabar na lata do lixo da história."

Exílio

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse ontem que Kadafi e seus aliados estariam considerando a opção do exílio me­­diante a pressão à qual estão submetidos desde o início da incursão militar internacional no país africano. Hillary, porém, disse que não está claro se a iniciativa do coronel é realmente séria ou apenas "teatro".

Segundo Hillary, os EUA estão a par de casos de pessoas "que estão procurando opções em nome de Kadafi". "Muito disso é apenas o modo como ele se comporta. É de certa forma imprevisível", disse. "Mas achamos que eles estão procurando suas opções. E nós encorajamos isso", completou.

O presidente Barack Obama, que se encontra em El Salvador, afirmou que o povo líbio enfrentará ameaças potenciais de Kadafi se ele permanecer no poder. As autoridades norte-americanas enfatizaram, no entanto, que tirar Kadafi do poder não é o objetivo da intervenção militar na Líbia, mas proteger os civis das tropas do governo.

Combates

Insurgentes líbios conseguiram rechaçar ontem um ataque das forças do governo na cidade de Zintan, que fica perto da fronteira com a Tunísia. A cidade era bombardeada há vários dias pelas forças de Kadafi. "A situação mudou durante a noite", disse o morador, acrescentando que os insurgentes conseguiram tomar a periferia de Zintan. Zintan fica 120 quilômetros ao sudoeste de Trípoli.

As forças leais a Kadafi mantiveram ataques a Misrata, cidade que também fica a oeste de Trípoli é está sendo palco de uma das mais sangrentas disputas com os insurgentes.

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