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Sérvia e Kosovo anunciaram nesta sexta-feira ofensivas diplomáticas rivais, um dia depois de o Tribunal Internacional de Justiça declarar que Kosovo não violou o direito internacional ao se declarar independente da Sérvia em 2008.

A decisão da Corte de Haia não tem valor compulsório, mas representa um duro golpe nas ambições sérvias de recuperar a sua província de maioria étnica albanesa.

O governo sérvio realizou uma reunião emergencial na sexta-feira e decidiu intensificar seus esforços diplomáticos para evitar que mais países reconheçam Kosovo como uma nação soberana.

Kosovo, por sua vez, disse que retomará sua campanha global para que mais países reconheçam sua independência, além dos 69 que já o fazem, e para conseguir sua adesão à ONU.

"Preparamos cartas pedindo aos governos que reconheçam o Estado de Kosovo, e vamos começar a mandá-las hoje por correio, email e fax", disse Albana Beqiri, porta-voz da chancelaria kosovar. "A decisão da corte foi tão clara que agora não há razão para não nos reconhecer."

A Sérvia irá enviar representantes a 55 países para transmitir uma mensagem pessoal do presidente Boris Tadic contra a independência de Kosovo, e embaixadores em outras 40 capitais farão o mesmo, disse o chanceler Vuk Jeremic.

"Vou me dirigir pessoalmente aos representantes dos países não-alinhados na semana que vem em Nova York", disse Jeremic numa entrevista coletiva.

Ele alertou que a decisão do Tribunal Internacional de Justiça irá estimular movimentos separatistas em todo o mundo. "A caixa de Pandora está aberta", disse. "Talvez a maioria dos Estados membros da ONU sejam a favor da secessão (de Kosovo), mas nesse caso viveremos em um mundo muito diferente e numa região diferente. Não acho que vá acontecer."

A relutância em aceitar a independência kosovar pode comprometer os esforços sérvios para aderir à União Europeia. Belgrado veta a adesão de Kosovo a órgãos regionais e impede a entrada em seu território de bens e pessoas oriundas de lá.

A Sérvia perdeu o controle sobre Kosovo em 1999, quando a Otan bombardeou o país para paralisar a matança de pessoas de origem albanesa, numa guerra que já durava dois anos.

Após nove anos como um protetorado internacional, a maioria albanesa, com apoio dos EUA e da maior parte da UE, declarou independência em 2008, algo que a Sérvia prometeu jamais aceitar.

O primeiro-ministro sérvio, Mirko Cvetkovic, disse que seu país continua aberto a mais discussões sobre o status final de Kosovo, o que Pristina rejeita terminantemente depois das frustradas negociações promovidas pela ONU em 2006-07 em Viena.

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