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O Exército libanês lançou neste domingo disparos de artilharia e tanques contra um grupo de militantes inspirados pela al Qaeda, abrigados em um campo de refugiados palestinos, no terceiro dia de ofensiva para debelar o grupo.

Soldados destruíram diversos postos do grupo Fatah al-Islam na entrada do campo de Nahr al-Bared e está ampliando o cerco, segundo fontes militares. Contudo, o grupo, que promete lutar até a morte, tem imposto forte resistência apesar dos três dias de pesados bombardeios e revidam com morteiros e lançadores de granadas.

"Se o exército continuar a atacar, se Deus quiser, Nahr al-Bared será o cemitério deles", disse à Reuters um dos líderes do grupo, por meio de conversa telefônica.

O confronto, que eclodiu em 20 de maio, é o pior caso de conflito interno no Líbano desde a guerra civil de 1975 a 1990. Cerca de 110 pessoas foram mortas e milhares de refugiados deixaram suas casas.

Segundo o governo, o grupo iniciou o confronto ao atacar posições do exército ao redor do campo e na segunda maior cidade do Líbano, Trípoli.

"Não há metro quadrado que não tenha sido atingido", disse à Reuters um morador de Nahr al-Bared.

De acordo com o Exército libanês, nove soldados foram mortos desde sexta-feira. Fontes palestinas afirmam que o comandante do grupo, Naim Ghali, conhecido por Abu Riyadh, morreu no sábado, atingido por um atirador.

Desde sexta-feira, 16 pessoas, entre militantes e civis, foram mortos no campo. O grupo afirma ter perdido cinco combatentes.

O número total de mortos até o momento é de 110, sendo 44 soldados e 36 militantes e 20 civis.

Pelo menos 25 mil dos 40 mil moradores de Nahr al-Bared deixaram o campo nas últimas duas semanas devido ao recrudescimento do confronto.

Para o governo libanês, o Fatah al-Islam é um fantoche da Síria, mas Damasco nega qualquer envolvimento com o grupo e afirma que o líder da milícia, Shaker al-Abssi, está em sua lista de procurados. Há sete meses o Líbano vive uma profunda crise política em meio à demanda da oposição por maior espaço no governo. Entre os grupos da oposição há aliados da Síria, como o Hezbollah.

Segundo o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, o Fatah al-Islam não tem outra escolha a não ser se render. O grupo, no entanto, refuta esta possibilidade.

"Sem rendição, sem entrega, sem fuga do campo", disse à Reuters o porta-voz do grupo, Abu Salim Taha, do campo de refugiados.

Enquanto o Exército libanês não atravessa os limites oficiais do campo, postos do grupo nos arredores têm sido alvo dos ataques. Um acordo árabe de 1969 impede o Líbano de entrar em 12 campos de refugiados palestinos, onde há 400 mil habitantes.

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