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A imigrante guatemalteca Yamari Yaneli, de um ano, e sua família esperam para ser transportados para um centro de processamento de imigrantes no Texas| Foto: John Moore/Getty Images/AFP

A falta de liberdade econômica nos países do Triângulo Norte – Honduras, Guatemala e El Salvador – há muito tempo é um fator de pressão consistente para a imigração ilegal para o norte. Este problema não causou repentinamente a crise na fronteira dos Estados Unidos em 2021 e resolvê-lo requer soluções sérias e duradouras.

Há um grande número de fatores entrelaçados por trás do motivo pelo qual dezenas de milhares de pessoas fugiram de seus países de origem na região do triângulo, arriscando tudo em uma jornada perigosa pelo México até a fronteira com os EUA. No entanto, esse trágico fluxo humanitário de migração ilegal origina-se fundamentalmente das falhas generalizadas de governança econômica, muitas vezes exacerbadas pela instabilidade política, que há muito tempo colocam os moradores da região em um grave contexto de falta de oportunidades econômicas.

Honduras, Guatemala e El Salvador são subdesenvolvidos, pobres e violentos devido às graves deficiências institucionais que há muito prejudicam a liberdade econômica naquele país. A governança econômica corrompida e ineficaz há muito prejudica os meios de subsistência das pessoas de forma mensurável nesses países.

Por exemplo, em todos os pilares do estado de direito do Índice de Liberdade Econômica anual da Fundação Heritage – que abrange direitos de propriedade, eficácia judicial e integridade do governo – os três países do norte da América Central estão muito atrás até mesmo de seus pares latino-americanos e caribenhos, sem falar em muitos outros países ao redor do mundo.

Essas deficiências institucionais, agravadas por outros problemas relacionados à eficiência regulatória e à abertura do mercado, são inegavelmente os principais fatores que minam a liberdade econômica geral e o desenvolvimento econômico significativo de longo prazo, muito necessário em Honduras, Guatemala e El Salvador.

De acordo com o índice mais recente, os três países têm níveis baixos de liberdade econômica e, no caso de Honduras, a liberdade econômica retrocedeu para um status ainda mais baixo.

A economia hondurenha, 98.ª no índice, entre 178 países avaliados, voltou a ser enquadrada na categoria de "maioria sem liberdade" depois de apenas três anos sendo classificada entre os "moderadamente livres".

A economia de El Salvador, que ocupa o 94º lugar no índice, perdeu ainda mais terreno este ano na categoria "moderadamente livre" e corre o risco de cair para a categoria de "maioria não livre". A economia da Guatemala, classificada em 75º no índice, permanece na categoria "moderadamente livre", onde está há mais de uma década.

Em todos esses países, promover políticas que institucionalizem a liberdade econômica e a prosperidade duradoura é mais importante do que nunca.

Os países economicamente resilientes não são necessariamente geograficamente grandes ou ricamente abençoados com recursos naturais. Muitas nações conseguiram expandir as oportunidades para seus cidadãos, aumentando seu dinamismo econômico e integração nos mercados globais por meio do capitalismo de livre mercado.

É notável que a ordem executiva sobre imigração do presidente Joe Biden, de 2 de fevereiro, especifique:

"A 'Estratégia de Causa Raiz' deve identificar e priorizar ações para abordar os fatores subjacentes que levam à migração na região e garantir a coerência das posições do Governo dos Estados Unidos. A Estratégia deve levar em consideração, conforme apropriado, os pontos de vista de parceiros bilaterais, multilaterais e do setor privado, bem como da sociedade civil".

O núcleo desta estratégia deveria ser o avanço da liberdade econômica no Triângulo Norte. Melhorar a governança econômica e instalar um desenvolvimento econômico real nos países da região criaria oportunidades para soluções práticas e duradouras para, em última instância, reverter a inaceitável imigração ilegal na América.

Infelizmente, o governo Biden se contenta em simplesmente retomar a prática de enviar ajuda estrangeira aos países do Triângulo Norte, sem condições de acabar com sua corrupção ou melhorar sua governança econômica.

Essa prática não teve sucesso no passado, como mostra o fluxo contínuo de migração para fora da região. Pior, o governo agora está considerando fazer transferências de dinheiro para cidadãos dos três países. Essa não é uma solução econômica séria nem duradoura, e o dinheiro provavelmente ainda vai acabar nos bolsos dos traficantes de pessoas.

Em seu recente comentário "Capitalism and the Border Crisis" [Capitalismo e a crise da fronteira], Mary Anastasia O’Grady, do The Wall Street Journal, fez uma observação incisiva:

"O governo Biden diz que quer 'abordar as causas profundas' da migração, injetando US$ 4 bilhões na região. Mas qualquer esforço que falhe em libertar o espírito animal do capitalismo vai morrer na praia".

Não poderíamos concordar mais com esse ponto. A liberdade econômica importa.

*Anthony B. Kim pesquisa questões econômicas internacionais na The Heritage Foundation e é gerente de pesquisa do Índice de Liberdade Econômica. Lora Ries é diretora do Center for Technology Policy e pesquisadora sênior de segurança interna da Heritage Foundation.

© 2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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