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Pier Luigi Bersani está na pole position para se tornar o próximo líder da Itália depois de vencer uma primária da centro-esquerda. O ex-comunista, no entanto, agora precisa convencer os mercados e o eleitor conservador de que não levará o país muito para a esquerda.

Bersani, de 61 anos, venceu uma disputa com Matteo Renzi, o jovem prefeito de Florença, em uma votação primária no domingo para escolher o candidato de centro-esquerda para uma eleição nacional na próxima primavera. Ele obteve mais de 60% dos votos ante os 39% de Renzi, vencendo em todas as regiões, com exceção da Toscana, local de origem do rival.

Com frequência, Bersani é retratado como um burocrata de carreira apagado. Mas a insistência dele em promover eleições na centro-esquerda contra a oposição dentro de seu Partido Democrata (PD) foi um golpe de mestre.

A votação o transformou no líder incontestável da centro-esquerda, notoriamente dividida, que apareceu reunificada a partir de uma eleição que obteve bastante exposição pública. Cerca de três milhões de eleitores participaram do segundo turno e quase quatro milhões do primeiro.

Os debates entre os candidatos atraíram uma audiência recorde na TV e reacenderam o interesse público no sistema político tradicional, que está sob séria ameaça do Movimento 5-Estrelas, do comediante Beppe Grillo.

As pesquisas de opinião mais recentes mostram a centro-esquerda na frente, na esteira do processo das primárias, e uma pequena queda no apoio a Grillo, que descartou a possibilidade de qualquer aliança pós-eleitoral e quer um referendo sobre se a Itália deve sair do euro. O movimento dele agora está em segundo lugar.

Com a centro-direita reduzida a frangalhos pela indecisão do ex-premiê Silvio Berlusconi, que ainda hesita sobre a possibilidade de concorrer em uma eleição geral, Bersani aparece como um favorito claro a se tornar primeiro-ministro.

Em breve, porém, enfrentará uma série de duros desafios. Acima de tudo, ele precisará convencer os eleitores conservadores que predominam na Itália de que não é um esquerdista perigoso e persuadir os investidores de que não vai pôr a perder o avanço conseguido pelo primeiro-ministro tecnocrata Mario Monti no resgate da Itália, depois que o país ficou à beira de um colapso ao estilo do da Grécia sob o governo de Berlusconi.

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