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José Manuel Barroso lamenta vitória de extremistas na UE | Laurent Dubrule/Reuters
José Manuel Barroso lamenta vitória de extremistas na UE| Foto: Laurent Dubrule/Reuters

Insistência

Mesmo com derrota nas urnas, França mantém reformas

O governo socialista da França não vai renunciar e vai seguir adiante com cortes de impostos e outras reformas, apesar da vitória histórica da extrema direita do país nas eleições para o Parlamento Europeu, afirmou o primeiro-ministro Manuel Valls.

O presidente da França, François Hollande realizou uma reunião emergencial com ministros na manhã de ontem para elaborar uma resposta à derrota imposta do seu partido pela Frente Nacional, um partido contrário à União Europeia e anti-imigração. As próximas eleições presidenciais e legislativas na França estão marcadas para 2017, mas o resultado das eleições do último fim de semana dão força à líder da Frente Nacional, Marine Le Pen.

Valls explicou a derrota do Partido Socialista como um sinal de que a França "está há muito tempo em uma crise de identidade, uma crise sobre o lugar da França na Europa e sobre o lugar da Europa no país".

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou que os resultados das eleições para o Parlamento Europeu mostram uma tendência preocupante no continente, com partidos de extrema esquerda e extrema direita ganhando terreno. Barroso, que é membro do Partido Popular Europeu, de centro-direita, se recusou a culpar a austeridade usada para resolver a crise de dívida soberana da região pelo descontentamento dos eleitores.

"Nós estamos extremamente preocupados com essa tendência", disse Barroso em um evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal. Ele acrescentou que a tendência já estava presente antes da crise e que as questões são mais profundas. Os partidos extremistas "são protecionistas, contrários à globalização e à imigração", comentou.

Segundo Barroso, mais integração e cooperação na Europa é crucial para acabar com o crescente descontentamento entre os eleitores. A Alemanha e a França, em especial, precisam garantir que a divergência econômica entre os dois países não se traduza em divergência política, afirmou o presidente da CE.

Economia

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que participou do mesmo evento que Barroso, disse que os países europeus devem começar a focar no crescimento econômico agora como resposta ao descontentamento dos cidadãos. "A próxima fase terá de se concentrar em reformas. Nós precisamos de mais crescimento e precisamos lidar com algumas questões estruturais da nossa economia", avaliou.

Dijsselbloem também sugeriu que durante os próximos cinco anos os países precisarão reduzir alguns impostos, depois de terem promovido aumentos nos últimos anos para tentar cobrir déficits.

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