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Manifestantes

Líder tailandês ordena retirada de opositores da sede do governo

Caso haja atos de violência em frente ao centro nervoso do governo tailandês, força policial será imposta. Cerco dos manifestantes resultou em mandatos de prisão para nove líderes

Milhares de manifestantes deitados no gramado serão convencidos pelas forças de segurança a deixarem o local | Chaiwat Subprasom / Reuters
Milhares de manifestantes deitados no gramado serão convencidos pelas forças de segurança a deixarem o local (Foto: Chaiwat Subprasom / Reuters)

O primeiro-ministro da Tailândia, Samak Sundaravej, ordenou que milhares de policiais antimotim retirem do complexo do governo a multidão que ocupa o local, afirmou seu porta-voz.

"O primeiro-ministro disse que isso tem de acabar hoje (quarta-feira)", afirmou Wichianchot Sukchotrat, principal porta-voz de Samak. "Milhares de policiais serão mobilizados para retirar os manifestantes da Casa do Governo."

Segundo Wichianchot, as forças de segurança tentariam convencer os milhares de presentes ali a deixarem o gramado do complexo, normalmente o centro nervoso do governo tailandês. Mas observou que, caso haja violência, os policiais responderiam com "medidas vigorosas".

Horas antes, ainda nesta quarta-feira, o ministro tailandês do Interior, Kowit Wattana, ex-chefe nacional de polícia, sugeriu que as autoridades continuariam adotando uma postura de contenção diante do cerco dos manifestantes e da ocupação, na terça-feira, de vários ministérios e do canal estatal de TV.

"Imploro aos cidadãos que deixem a Casa do Governo e realizem sua mobilização em um outro lugar de forma a não haver objeções da polícia", afirmou o ministro em uma entrevista coletiva. "Eu não quero chamar isso de um ultimato. Trata-se antes de um apelo."

Nesta quarta-feira, a Justiça tailandesa emitiu mandatos de prisão para nove líderes do movimento antigoverno responsável pelo cerco ao gabinete do premiê em uma tentativa de obrigá-lo a renunciar.

Os mandatos acusam os líderes da Aliança do Povo pela Democracia (PAD) de incitar a instabilidade e de tentar derrubar o governo, crimes que podem ser punidos com até 15 anos de prisão.

Não se sabe ainda como a polícia prenderia os acusados, atualmente cercados por milhares de manifestantes presentes na sede do governo.

Cerca de 2.000 policiais ocuparam posições dentro e nas cercanias do complexo, apesar de, até agora, a única confrontação ter ocorrido nas primeiras horas desta quarta-feira, quando 15 pessoas ficaram feridas em um embate com policiais.

Uma pesquisa de opinião divulgada na quarta-feira mostrou uma mudança radical na postura dos tailandeses em relação ao PAD, cujos protestos de 2005 contra o então premiê Thaksin Shinawatra acabaram por selar a derrubada dele em um golpe militar ocorrido no ano seguinte.

A enquete da Universidade Bangcoc mostrou que 73 por cento dos moradores da capital do país discordavam da campanha de três meses realizada pelo grupo, que acusa a atual coalizão governista de ser comandada, desde os bastidores, por Thaksin.

O PAD também se diz defensor do reverenciado rei Bhumibol Adulyadej e contrário a um suposto plano do ex-premiê de transformar a Tailândia em uma República - algo negado por Thaksin, que vive hoje exilado em Londres, e pelo governo atual.

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