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Líderes mundiais trabalhavam nesta sexta-feira em busca de um acordo para reduzir à metade a emissão de gases do efeito estufa, mas um texto preliminar abandonou as ambições para um tratado sobre o clima legalmente vinculante até o ano que vem, num sinal de que as divisões permanecem.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e outros líderes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, participaram do dia final das conversações lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar pôr fim ao impasse causado por divergências sobre o timing e a extensão dos cortes de emissões e a divisão internacional desses cortes.

O fracasso da China e dos EUA, os principais emissores mundiais, em apresentar novas propostas restringiu ainda mais as conversações nesta sexta-feira. Alguns participantes das negociações ocorridas entre 7 e 18 de dezembro afirmaram que negociariam o tempo que fosse necessário.

Um novo texto preliminar obtido pela Reuters nesta sexta-feira diz que o mundo deveria ter como objetivo cortar à metade as emissões de gás-estufa até 2050 a partir dos níveis de 1990, com os países ricos cortando suas emissões em 80 por cento.

Numa concessão aos países em desenvolvimento e aos pequenos Estados insulares vulneráveis à mudança climática, o documento diz que um aumento nas temperaturas mundiais deveria ser limitado a 2 graus Celsius acima da época pré-industrial, com uma revisão em 2016 que também consideraria um limite mais rigoroso de 1,5 grau Celsius.

Mais cedo, Obama discursou na conferência e pediu por ação imediata e disposição para o comprometimento.

"Estamos prontos para fazer isso hoje, mas é preciso haver movimento de todos os lados, para reconhecer que é melhor, para nós, agir do que falar", disse Obama.

"Estas discussões internacionais ocorrem basicamente há quase duas décadas e temos muito pouco a mostrar que não seja um aumento e uma aceleração do fenômeno da mudança climática. O tempo para conversas acabou."

Em jogo, está um acordo para uma ação global coordenada a fim de evitar a mudança climática, incluindo inundações e secas. As discussões em Copenhague têm combatido as desconfianças entre os países ricos e pobres sobre como dividir os cortes nas emissões.

Os países em desenvolvimento, alguns deles entre os mais vulneráveis à mudança climática, dizem que as nações ricas têm uma responsabilidade histórica de assumir a liderança.

O ministro do Meio Ambiente da Suécia (atual presidente da União Europeia), Andreas Calgren, disse que os EUA e a China têm a chave para um acordo. Os EUA chegaram muito tarde à mesa de negociações com comprometimentos para combater a mudança climática, disse ele. A resistência da China ao monitoramento é um sério obstáculo.

"E as maiores vítimas disso são o grande grupo de países em desenvolvimento. A UE realmente queria estender a mão ao grande grupo dos países em desenvolvimento. Isso se tornou impossível por causa das grandes potências," disse Calgren.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, chegou a Copenhague na quinta-feira com a promessa de que os EUA se uniriam aos esforços para mobilizar 100 bilhões de dólares por ano para ajudar os países pobres a lidar com a mudança climática, desde que houvesse um acordo.

Mas não houve uma iniciativa como essa da parte de Obama.

Ele se manteve à meta de cortar as emissões de gás-estufa em 17 por cento até 2020 a partir dos níveis de 2005. Isso representa cerca de 3 a 4 por cento ante 1990, em comparação com a meta da UE de 20 por cento.

O premiê chinês, Wen Jiabao, também reiterou as metas existentes, embora tenha dito que o principal emissor mundial de carbono poderá ultrapassá-las.

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