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Bento XVI
Bento XVI, quando ainda exercia o papado, em visita a Cuba em 2012.| Foto: EFE / David Fernández

O mundo lamenta a morte do papa emérito Bento XVI, aos 95 anos, neste sábado (31). "Não é o momento para muitas palavras, mas para a dor", disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, depois de anunciar que o funeral do papa emérito Bento XVI será no dia 5 de janeiro na Praça de São Pedro, oficiado por Francisco e com total "simplicidade e sobriedade", como havia pedido Joseph Ratzinger.

Desde o momento do anúncio, com um comunicado informando de sua morte às 9h34 (horário local, 5h34 de Brasília), são feitas declarações de instituições e líderes religiosos.

"A Academia Pontifícia para a Vida compartilha a dor da Igreja pela morte do papa emérito Bento XVI. Recordamos o seu serviço 'na vinha do Senhor', recordamos-o como uma das personalidades teológicas de maior autoridade do século XX, esforçando-se constantemente para tornar a fé compreensível ao homem moderno", disse o presidente da instituição, Vicenzo Paglia.

O que foi o porta-voz de Ratzinger ao longo de seu pontificado, o sacerdote Federico Lombardi, escreveu em um longo editorial publicado pela imprensa vaticana que Bento XVI "deu um belo testemunho de como viver na fé a crescente fragilidade da velhice por muitos anos até o fim. O fato de ter renunciado ao papado no momento oportuno permitiu a ele, e a nós com ele, trilhar este caminho com muita serenidade”.

O organizador das viagens de João Paulo II e Bento XVI, Alberto Gasbarri, uma das pessoas mais próximas dos dois pontífices, também escreveu na mídia vaticana que “Bento XVI foi o papa da doçura”.

“Meu testemunho tende a revelar um aspecto talvez menos conhecido de sua personalidade: a doçura que se captava em um encontro com ele. Sua figura aparentemente austera poderia incutir distanciamento e frieza em muitos, mas em sua alma o papa Bento estava cheio de doçura e a severidade temida por alguns muitas vezes deu lugar a uma bondade desarmante, muitas vezes acompanhada de um senso de humor sutil e espirituoso", declarou.

Já o presidente dos bispos europeus, monsenhor Gintaras Grušas, recordou em particular o "magistério europeu que Bento XVI desenvolveu durante o seu pontificado, ressaltando a importância das raízes cristãs da Europa e destacando o necessário retorno a Cristo e a evangelização para a construção de uma civilização de amor".

"Entre as muitas coisas que podem ser lembradas de seu pontificado, o que honestamente me pareceu e continua parecendo o mais extraordinário foi que nesses mesmos anos ele conseguiu escrever e completar sua trilogia sobre Jesus", acrescentou.

O arcebispo de Canterbury, líder espiritual da Igreja Anglicana, saudou a memória de Joseph Ratzinger. “O papa Bento XVI foi um dos maiores teólogos do seu tempo, apegado à fé da Igreja e fiel à sua defesa. Em todas as coisas, e especialmente em seus escritos e pregações, ele olhou para Jesus Cristo, a imagem do Deus invisível. Cristo era claramente a raiz de seu pensamento e o fundamento de sua oração”, disse Justin Welby em um comunicado, saudando a renúncia “corajosa e humilde” de Bento XVI, que “reconheceu a fragilidade humana que afeta a todos nós”.

O atual arcebispo de Westminster, Vincent Gerard Nichols, também se manifestou sobre a perda. "Estou profundamente triste ao saber da morte do Papa Bento XVI. Ele será lembrado como um dos grandes teólogos do século 20. Recordo com carinho particular a notável visita papal a essas terras (inglesas) em 2010", disse o cardeal britânico.

A Igreja da Inglaterra publicou no Twitter uma oração: "Agora, Senhor, deixas ir em paz o teu servo: Sua palavra foi cumprida. Meus próprios olhos viram a salvação: a qual tens preparado à vista de todos os povos; Uma luz para te revelar às nações: e a glória do teu povo Israel".

O premiê da Baviera, na Alemanha, região de Joseph Ratzinger, também manifestou pesar. "Lamentamos a morte do nosso papa bávaro. A morte de Bento XVI me comove profundamente, assim como muitas pessoas na Baviera e em todo o mundo. Com ele, a sociedade perde um representante convincente da Igreja Católica e também um dos teólogos mais influentes do século 20. Em tempos turbulentos e desafiadores, ele foi o líder religioso dos fiéis católicos. Muitas pessoas em sua terra natal o lembrarão com gratidão não apenas como papa Bento XVI, mas também como um humilde pastor. Sua visita de vários dias à Baviera como novo papa, expressando seu amor pelo país e seu povo, é inesquecível. Ele sempre carregou sua pátria em seu coração”.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, comentou sobre a vida e o falecimento do papa emérito. "Bento XVI foi um gigante da fé e da razão. Um homem apaixonado pelo Senhor que pôs a sua vida ao serviço da Igreja Universal e falou, e continuará a falar, ao coração e à mente das pessoas com o espírito, profundidade cultural e intelectual do seu Magistério. Um cristão, um pastor, um teólogo: um grande homem que a história não esquecerá”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou. “Meu pensamento vai para os católicos da França e do mundo, enlutados pela partida de Sua Santidade Bento XVI, que trabalhou com toda a sua alma e inteligência por um mundo mais fraterno”, lamentou.

No início da manhã deste sábado, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, publicou: "Fico triste ao saber da morte do Papa Emérito Bento XVI. Ele era um grande teólogo cuja visita ao Reino Unido em 2010 foi um momento histórico para católicos e não católicos em todo o nosso país. Meus pensamentos estão com os católicos no Reino Unido e em todo o mundo hoje".

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