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Repercussão

Liga Árabe censura ataques da coalizão

Para o secretário-geral da entidade, Amr Moussa, a proteção de civis prevista na resolução da ONU não precisa de uma operação militar

Rebeldes vibram diante de veículos em chamas, pertencentes às forças de Muamar Kadafi, numa estrada entre Benghazi e Ajdabiyah | Goran Tomasevic/Reuters
Rebeldes vibram diante de veículos em chamas, pertencentes às forças de Muamar Kadafi, numa estrada entre Benghazi e Ajdabiyah (Foto: Goran Tomasevic/Reuters)

São Paulo - O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, criticou ontem os ataques das forças ocidentais contra a Líbia e afirmou que a "proteção dos civis não necessita de uma operação militar".

"O que aconteceu na Líbia é diferente do objetivo de impor uma zona de exclusão aérea, o que queremos é proteger os civis, e não bombardear mais civis", disse Moussa em entrevista coletiva em conjunto com o presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, na sede da Liga Árabe, no Cairo.

Segundo Moussa, a resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU tratava da proibição de qualquer invasão ou ocupação terrestre. "Dissemos que não é preciso nenhuma operação militar", acrescentou o secretário-geral da Liga Árabe, que disse ter pedido relatórios completos do que está acontecendo na Líbia.

A Líbia foi alvo no último fim de semana de ataques das forças da França, Estados Unidos e Reino Unido, que tiveram como alvo as forças do ditador Muamar Kadafi em Benghazi, reduto rebelde no leste, e mais de 20 alvos do sistema integrado de defesa aérea no oeste.

Os ataques foram a primeira fase da operação Odisseia do Amanhecer, criada para proteger os civis líbios e impor uma zona de restrição aérea na Líbia, aprovada na última quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

O governo líbio, contudo, denunciou o ataque das forças internacionais contra os civis. A tevê estatal líbia disse que ao menos 48 civis morreram nos bombardeios. Já um funcionário do governo líbio da área de saúde afirmou que o número de mortos subiu para 64.

"As pessoas morreram em decorrência de seus ferimentos, então o total de mortos subiu", disse o funcionário, que não quis ser identificado. O número não pôde ser verificado com fontes independentes.

Moussa ressaltou que a Liga Árabe apoiava a imposição de uma zona de exclusão aérea "para proteger os civis líbios e evitar qualquer medida adicional". O apoio dos países árabes da região é considerado crucial para a missão, realizada pelas forças do Ocidente.

Além disso, ele destacou que algumas consultas vêm sendo feitas para a realização de uma reunião urgente da Liga Árabe sobre a situação em toda a região, especialmente na Líbia.

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