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O levante fracassado do grupo paramilitar Wagner contra a Rússia levou integrantes mercenários a se exilarem na Belarus
O levante fracassado do grupo paramilitar Wagner contra a Rússia levou integrantes mercenários a se exilarem na Belarus| Foto: EFE / STRINGER

A Lituânia fechará nesta sexta-feira (18) duas de suas seis passagens fronteiriças com Belarus em resposta à presença de mercenários do Grupo Wagner no território do país vizinho, segundo anunciou nesta hoje (16) o governo do país báltico.

O Conselho de Ministros da Lituânia aprovou a proposta do Ministério dos Transportes de fechar as duas entradas, em Šumsk e Tverecuis, a fim de centralizar a maior parte das atividades e controles no maior posto fronteiriço, em Medininkai.

"Esta decisão é uma medida preventiva destinada a controlar as ameaças à segurança nacional e possíveis provocações na fronteira", disse a ministra do Interior, Agnė Bilotaitė.

O fechamento das passagens de fronteira é uma reação à transferência para território bielorrusso de vários mercenários do Wagner após o motim fracassado contra o governo de Putin, na Rússia, em junho deste ano.

A passagem de Medininkai é considerada a mais bem equipada tecnicamente e possui sistemas de controle que não estão disponíveis nos pontos que serão fechados.

Com mais guardas de fronteira e inspetores alfandegários, “a situação em relação às filas de veículos e ao transporte de cargas não deve mudar fundamentalmente”, segundo um porta-voz do Ministério dos Transportes.

A imprensa lituana considera que a decisão pode ser o primeiro passo para o fechamento total da fronteira com Belarus.

O site da emissora pública lituana “LRT” citou Bilotaitė para afirmar que os países bálticos e a Polônia estão discutindo as possibilidades de fechar completamente as fronteiras com Belarus e que os detalhes finais serão coordenados em uma reunião em Varsóvia no dia 28 de agosto.

Os presidentes da Polônia e da Letônia, Andrzej Duda e Edgars Rinkeviczs, indicaram, após um encontro nesta quarta-feira em Varsóvia, que a segurança e a situação na fronteira com Belarus é uma questão prioritária.

"Polônia e Letônia compartilham sua preocupação com a ameaça de uma guerra híbrida vinda de Belarus", disse Duda, em um pronunciamento conjunto com seu homólogo letão.

A Letônia, assim como os demais países bálticos e a Polônia, está reforçando suas tropas nas fronteiras e avançando na modernização de seus Exércitos, acrescentou Rinkeviczs.

As informações sobre a presença e as atividades do Wagner em Belarus são contraditórias, embora o Serviço Estatal de Guarda de Fronteiras da Lituânia estime que o número de mercenários possa chegar a 4.500.

O anúncio do fechamento dessas duas passagens acontece após a Letônia aumentar o contingente de guardas em sua fronteira com Belarus depois de detectar um aumento nas passagens irregulares de imigrantes.

A concentração de imigrantes do Oriente Médio e de outros lugares incentivada por Belarus nas fronteiras com a Lituânia, Letônia e Polônia é vista como uma "guerra híbrida", destinada a sobrecarregar os guardas de fronteira e os serviços sociais em países que hospedam dissidentes bielorrussos e apoiam a Ucrânia em sua guerra com a Rússia.

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