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Religião

Livro do Papa cita Marx e critica a globalização

Bento XVI escreve que países ricos “pilharam” regiões pobres

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Cidade do Vaticano – Ávidos por poder e lucro, os países ricos "pilharam e saquearam" sem piedade a África e outras regiões pobres, exportando "o cinismo de um mundo sem Deus", escreve Bento XVI em seu primeiro livro como Papa. A obra chegará às livrarias da Alemanha, Itália e Polônia no dia 16 de abril – dia em que o Sumo Pontífice comemora os 80 anos de idade.

O livro fala também de Karl Marx, estudioso que combateu o capitalismo. Para Bento XVI, Marx "descreveu com vigor a alienação do homem", "mesmo se não tenha percebido a verdadeira profundidade da alienação porque refletia sobre a questão apenas em termos materiais".

O Papa condena o tráfico de drogas e o turismo sexual, sinais de um mundo de "gente vazia" cercada por abundância material.

Um capítulo do livro foi publicado ontem pelo jornal Corriere della Sera. Nas 400 páginas do livro "Jesus de Nazaré", Bento XVI oferece uma aplicação moderna da parábola do bom samaritano, que pára para ajudar a vítima de um assalto. "A atual relevância da parábola é óbvia", escreve o pontífice. "Se a aplicarmos às dimensões da sociedade globalizada de hoje, vemos como as populações da África foram pilhadas e saqueadas, e isso nos preocupa demais." Ele também compara a vida em países desenvolvidos às difíceis condições do cotidiano africano. "Vemos como o nosso estilo de vida, a história que nos envolveu, desnudou e continua a desnudar (essas pessoas)."

O Papa disse que seus comentários valem não só para a África. Aparentemente, trata-se de uma autocrítica à Igreja, cujas atividades missionárias muitas vezes ocorriam de mãos dadas com o colonialismo.

Jovens

Ontem, durante audiência pública, Bento XVI convidou os jovens "a servir a Cristo e ao próximo", citando como exemplo as palavras e doutrinas do São Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador do grupo Opus Dei. O Pontífice lembrou que, em um de seus discursos, Escrivá disse: "Serviço. Como gosto desta palavra! Vamos confiar no Senhor nossa decisão de aprender a fazer esta tarefa de serviço, porque só servindo poderemos conhecer e amar a Cristo, promovê-lo e conseguir que outros o amem".

Também ontem o Papa nomeou um novo "camerlengo", cardeal que governa interinamente a Igreja entre a morte de um papa e a eleição de um sucessor. O novo camerlengo é o cardeal Tarcisio Bertone.

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