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O governo da Grã-Bretanha exagerou intencionalmente sua análise sobre as armas de destruição em massa do Iraque depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, denunciou nesta segunda-feira (12) um ex-diplomata britânico à comissão de inquérito que investiga o envolvimento de Londres na invasão do país.

Carne Ross, primeiro secretário da missão britânica na Organização das Nações Unidas (ONU) entre 1997 e 2002, disse que nem a Grã-Bretanha nem os EUA acreditavam realmente que as supostas armas de destruição em massa iraquianas representassem uma "ameaça substancial" antes da invasão do país, em março de 2003.

"Nesses documentos públicos, que foram vários, avaliações sutis contidas nas análises internas do comitê conjunto de informação foram transformadas em declarações mais robustas e ameaçadoras quanto à capacidade iraquiana para (fabricar) armas de destruição em massa", declarou Ross.

Essas declarações foram tão exageradas que se transformaram em "mentiras em sua totalidade", afirmou Ross perante a comissão de cinco membros criada pelo governo para apurar as justificativas para a invasão e os erros no planejamento para a reconstrução posterior ao conflito. A comissão, no entanto, não apontará culpados nem estabelecerá responsabilidades criminais ou cíveis.

O ex-diplomata já havia feito denúncias similares a uma comissão que investigou o assunto em 2004. Ele deixou o governo naquele ano por discordar da guerra e passou a atuar em um grupo de consultoria diplomática sem fins lucrativos.

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