
O Reino Unido declarou ontem que está muito preocupado com a decisão dos países do Mercosul de impedir que barcos com a bandeira das Malvinas atraquem em seus portos, ao afirmar que esta declaração não tem qualquer justificativa. "Estamos muito preocupados com esta última tentativa da Argentina em isolar a população das ilhas Falklands [denominação britânica das Malvinas] e prejudicar seus sustentos, o que não tem qualquer justificativa", afirmou o ministério britânico das Relações Exteriores.
Os países do Mercosul com litoral Brasil, Argentina e Uruguai acertaram na cúpula do bloco, na terça-feira, em Montevidéu, impedir que barcos com a bandeira das Malvinas atraquem em seus portos. A declaração assinada pelos líderes do Bloco estabelece que os três países adotarão "todas as medidas necessárias (...) para impedir o ingresso em seus portos de barcos com a bandeira ilegal das Ilhas Malvinas".
O texto destaca que as embarcações rejeitadas por este motivo em algum porto da região "não poderão solicitar o ingresso em outros portos dos demais membros do Mercosul ou de Estados associados...". Além de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o Mercosul tem como Estados associados Equador, Peru, Colômbia e Chile, enquanto a Venezuela está em processo de plena adesão.
A soberania das Ilhas Malvinas [Falklands para a Grã-Bretanha], situadas a 400 milhas marítimas da costa da Argentina e ocupadas pelo Reino Unido em 1833, tem sido reclamada com insistência por Buenos Aires junto às Nações Unidas e a outros organismos internacionais. A Grã-Bretanha venceu a curta e sangrenta guerra nas Malvinas, em 1982, declarada após o regime militar argentino enviar tropas para invadir as ilhas no dia 2 de abril de 1982. Em 14 de junho, as forças argentinas se renderam, após a morte de 649 soldados argentinos e 255 militares britânicos.



