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Facção criminosa Los Lobos reivindica autoria de morte do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, morto a tiros ao sair de comício nessa quarta (9)
Facção criminosa Los Lobos reivindica autoria de morte do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, morto a tiros ao sair de comício nessa quarta (9)| Foto: EFE/José Jácome

Nesta quinta-feira (10), um vídeo supostamente ligado a um dos maiores grupos criminosos do Equador, Los Lobos, foi divulgado nas redes sociais, no qual reivindicavam a autoria do assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência, morto a tiros nessa quarta-feira (9) ao sair de um comício em Quito.

No entanto, uma nova gravação foi feita, na qual outros supostos membros do grupo negam envolvimento com o crime. "Equador, não se engane. Somos os ‘Los Lobos’, não cobrimos nossos rostos, ninguém fala por nós e respeitamos a paz", afirmou um homem.

Apesar da incerteza sobre a participação no assassinato, a facção está envolvida em massacres violentos pelo país, como os confrontos de gangues dentro das cadeias equatorianas, que deixaram ao menos 30 pessoas mortas no mês passado. Se somadas desde 2020, as mortes por conflitos entre grupos criminosos em presídios já chegam a 300.

A organização é dissidente da facção Los Choneros, aliada do cartel de drogas mexicano de Sinaloa, um dos maiores do mundo.

De acordo com o portal Insightcrime, Los Lobos começou a ganhar destaque em 2020, após a morte da liderança rival, conhecido como "Rasquiña", fato que levou à fragmentação de importantes agrupamentos criminosos até então inimigos da facção.

Com o enfraquecimento de Los Choneros, grupos antes aliados dele, como os Chone Killers e os Tiguerones, agora se unem para combatê-lo, num período de fortalecimento de Los Lobos.

A disputa de gangues no Equador ocorre principalmente na costa do país, por onde passa uma das principais rotas do narcotráfico internacional.

De acordo com a agência EFE, dois grandes portos do país são trampolins para o embarque de grandes quantidades de cocaína para a Europa e os Estados Unidos por meio do comércio marítimo.

Os crescentes conflitos e domínio do narcotráfico no país provocaram uma explosão de violência, tornando 2022 o ano com o maior registro de homicídios da história do Equador, com uma taxa de 25,32 por 100 mil habitantes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que a violência é epidêmica numa região quando ocorrem mais de dez homicídios para cada 100 mil habitantes.

Controle de presídios

A facção criminosa atua principalmente em Latacunga, Cuenca, na província amazônica de Pastaza, e na cidade costeira de Machala, segundo informou a imprensa local.

No entanto, desde o reconhecimento nacional, Los Lobos também começaram a controlar presídios de segurança máxima, com destaque para a prisão de Turi, em Cuenca, que abriga cerca de 1,6 mil detentos, além de Sierra Centro e Cotopaxi, nos arredores de Latacunga.

Na prisão do Litoral, em Guayaquil, a maior do país, o grupo controla os pavilhões 8 e 9, segundo informou o jornal El Universo.

Outros presídios menores também começaram a contar com uma maior presença da facção, nas províncias de Cotopaxi, Tungurahua, Chimborazo, Azuay e El Oro.

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