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Lugo: “foi um complô” | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Lugo: “foi um complô”| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Deposto do cargo em um processo de impeachment feito em 48 horas, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo pretende continuar na política e deve ser candidato ao senado nas próximas eleições gerais do país, em abril de 2013. Para Lugo, a posição da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e de países de peso como o Brasil e a Argentina, contrária a sentença do parlamento, revelam a fragilidade da democracia paraguaia. "Os países da região e da Unasul manifestaram-se quase de forma unânime rechaçando este golpe e isso é grave para a democracia paraguaia."

Após ter que deixar o Palácio de López (sede do governo), Lugo retornou à sua residência, no município de Lambaré, na região metropolitana de Assunção. Na casa, com portão eletrônico e uma generosa varanda, há uma bandeira paraguaia hasteada e dois policiais armados fazendo guarda.

Na noite de sábado, o ex-presidente esteve na sede da TV Pública, criada em seu governo, onde estavam reunidos representantes de movimentos sociais e cidadãos que o apoiam.

Para o ex-bispo, o processo de impeachment não foi simplesmente um golpe para derrubá-lo, mas contra milhares de pessoas que o elegeram em abril de 2008. Lugo diz que não há alguém culpado pelo que ocorreu, mas critica a classe política paraguaia e partidos tradicionais. "Foi um complô não só de Federico, mas de uma classe política muito tradicional, muito ortodoxa, muito conservadora que não queria mudanças em favor da maioria", afirma.

Lugo disse estar tranquilo e contou ter sido bem recepcionado pelos vizinhos em Lambaré, onde vive desde que entrou para a política. Ele diz que prega a não-violência e revelou que não ocorreram distúrbios graves após a decisão do Senado sobre o impeachment porque já se sabia que franco atiradores estavam preparados para conter qualquer ação de manifestantes.

Lugo também disse não há meios de reverter o juízo do parlamento paraguaio. No entanto, para ele, a resposta será dada nas urnas. "Em 21 de abril de 2013 mudaremos de novo a história", afirma.

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