O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, chegou ontem ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para se submeter a exames médicos mais detalhados sobre seu linfoma, diagnosticado na semana passada. Lugo veio ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira, cedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi de helicóptero do aeroporto ao hospital, onde uma equipe vai avaliar a gravidade do linfoma e o tratamento a ser realizado.
Além do ministro de Informação, Augusto dos Santos, viajaram com o presidente paraguaio o seu médico pessoal, Néstor Martínez, o hematologista Alfredo Boccia, o chefe de gabinete, Miguel López Perito, e um membro da família.
Lugo foi atendido no Sírio-Libanês pela equipe do oncologista Frederico Costa, segundo Santos, acrescentando que Lugo estava "animado".
O ex-bispo católico irá se submeter a uma tomografia, a análise de sangue e biópsia de medula óssea. "A prioridade é o diagnóstico do presidente", disse o ministro, explicando que os exames devem ser realizados na tarde de hoje e todo o dia de amanhã.
O médico Boccia afirmou na segunda-feira que o linfoma diagnosticado no presidente encontra-se avançado, porque afeta os gânglios em cima e embaixo do diafragma, mas a doença é tratável com quimioterapia a ser realizada no Paraguai.
O diagnóstico inesperado do presidente de 59 anos que pôs fim a mais de seis décadas de governo conservador no país causou um rebuliço político pela possibilidade de ele não concluir o mandato de cinco anos em 2013.
O vice-presidente Federico Franco um conservador com quem o ex-bispo católico Fernando Lugo, com origens na esquerda, possui uma tensa relação ficará a cargo da Presidência na ausência do chefe de Estado.
Franco é um dos líderes do conservador Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), que na eleição presidencial de 2008 obteve 75% do total de votos de Lugo.
Em princípio, Lugo teria de se submeter a seis sessões de quimioterapia a cada três semanas, tratamento que, segundo Boccia, é menos agressivo que em outros tipos de cânceres e o permitiria até mesmo a tomar decisões vinculadas ao exercício do cargo.
