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Luis Caputo assumiu o Ministério das Finanças e a presidência do Banco Central do país durante a gestão de Mauricio Macri (2015-2019)
Luis Caputo assumiu o Ministério das Finanças e a presidência do Banco Central do país durante a gestão de Mauricio Macri (2015-2019)| Foto: EFE/David Fernández

Após dias de especulações sobre quem substituirá o ex-candidato à presidência Sergio Massa na chefia do Ministério da Economia a partir do dia 10 de dezembro, fontes próximas a Milei afirmaram ao jornal argentino Clarín, nesta quinta-feira (23), que o economista Luis Caputo, ex-ministro de Finanças de Mauricio Macri (2015-2019) e ex-presidente do Banco Central, foi o escolhido para o cargo.

A gestão do ministério será um dos maiores desafios do novo governo, uma vez que o país enfrenta uma catástrofe econômica, com uma inflação anual acima de 140% e projeções de uma sexta retração do PIB pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Formado em Economia pela Universidade de Buenos Aires, Caputo é considerado um grande especialista do mercado financeiro internacional, iniciando sua carreira em empresas privadas estrangeiras. Foi chefe de Trading para a América Latina na JP Morgan Chase, uma das principais instituições de serviços financeiros do mundo, sediada em Nova York; criou uma empresa de fundos de investimento e foi membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos do Banco Mundial.​

O economista, de 58 anos, chegou ao governo de Mauricio Macri em 2015 como secretário de Finanças, assumindo dois anos depois a chefia do ministério, após a renúncia de Alfonso Prat-Gay, que saiu da pasta após receber críticas pela demora na arrancada econômica prometida no início da gestão de Macri. Assim que assumiu, Caputo dividiu o ministério em Tesouro e Finanças.

Foi durante os anos de sua gestão que a Argentina negociou um acordo de US$ 16,5 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões) com detentores de títulos inadimplentes e apresentou um "alívio na imagem do país" perante o mercado internacional de capitais.

Em 2017, quando a Argentina vivia uma boa fase econômica, também foi responsável pela emissão de um título do Tesouro argentino com vencimento em 2117, rendendo a Caputo o slogan de o “homem do título de 100 anos”.

O ex-ministro de Macri abandonou o Ministério das Finanças em 2018 quando foi nomeado presidente do Banco Central, após Federico Stuzenegger, outro nome cotado para assumir a Economia no futuro governo, renunciar. Nesse período, teve desentendimentos com o então ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne, e com o Fundo Monetário Internacional (FMI), vindo a abandonar o cargo três meses depois, sob alegação de "problemas pessoais".

Uma fonte envolvida com as negociações do novo governo eleito afirmou ao portal Bloomberg Linea que Caputo se ofereceu para obter um financiamento internacional a fim de equilibrar a dívida externa argentina, carregada por anos sem resolução pelo último governo do peronista Alberto Fernández.

Na quarta-feira (22), durante entrevista à televisão argentina, Milei indicou que "Caputo era alguém em condições de ocupar essa posição", em referência ao Ministério da Economia.

Durante a campanha eleitoral, o libertário defendeu duas propostas marcantes para seu governo: a dolarização da economia e o fim do Banco Central.

Segundo um relatório da empresa de Caputo, acessado pelo jornal Infobae, o economista escolhido para chefiar a Economia declarou que o novo governo deve seguir “um processo ordenado e não perturbador para dinâmica de mercado”. Ainda, destacou que descartava “um cenário de dolarização a qualquer preço”.

Além de controlar a inflação meteórica, o novo governo liderado por Javier Milei terá a missão de administrar a questão de congelamentos de preços imposta pelo peronismo, estratégia muito usada na reta final das eleições para tentar conquistar mais eleitores por meio de medidas populistas, além do nível de pobreza da população argentina, que atingiu mais de 40% nos últimos meses.

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