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| Foto: PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP

A Espanha tomou formalmente o controle direto da Catalunha neste sábado (28), confirmando a destituição do governador independentista, Carles Puigdemont, um dia após o parlamento da região declarar independência. Ainda assim, não houve nenhum sinal imediato de que autoridades catalãs pretendem obedecer ou resistir às determinações de Madri, o que poderia aprofundar o impasse que já dura um mês.

A deposição declarada na sexta-feira se tornou oficial com a publicação de medidas especiais pelo governo espanhol no diário oficial do país. Na sexta, em um dos dias mais tumultuosos da história da Espanha, o parlamento aprovou medidas sem precedentes para interromper o movimento separatista.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que passou a ser o principal tomador de decisões da Catalunha, substituindo o presidente catalão Carles Puigdemont, também dissolveu a Câmara regional e convocou eleições para 21 de dezembro.

Pesquisas recentes sugerem que partidos pró-independência manteriam, muito provavelmente, sua vantagem no número de vagas no parlamento, mas não conseguiriam mais da metade dos votos.

Reação de Madri

O governo espanhol publicou neste sábado (28) no Boletim Oficial do Estado a demissão do chefe da polícia catalã, Josep Lluís Trapero, como parte da intervenção das instituições regionais.

Rajoy também retirou de suas funções o diretor administrativo da polícia regional na sexta, após um conselho extraordinário de ministros. Trapero, chefia os Mossos d’Esquadra – como é chamada a polícia catalã – e tornou-se uma figura emblemática da crise catalã nas últimas semanas.

Os Mossos ganharam fama internacional em agosto, quando ataques terroristas causaram 16 mortes na Catalunha e os agentes agiram para impedir um número maior de vítimas. Devido à autonomia Catalã, os policiais respondem a Barcelona e não a Madri.

Durante a crise separatista catalã, porém, os Mossos se recusaram a cumprir as ordens da Justiça e do governo central para impedir a realização do plebiscito de independência de 1º de outubro. Por isso, Trapero está sendo investigado e não pode deixar o país.

Puigdemont

Um dia após ser deposto pelo governo espanhol, o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, pediu uma “oposição democrática” à sua destituição. Ele não deu indicações de que irá cumprir a decisão de Madri, e afirmou que seu governo “seguirá trabalhando para construir um país livre”.

“Devemos seguir com um incansável compromisso pacífico. Sem violência, sem insultos”, disse. “Em uma sociedade democrática, são os Parlamentos que escolhem ou destituem presidentes.”

Caso ele insista em se manter no cargo, será provavelmente acusado pelo crime de usurpação de funções. Ele também corre o risco de ser acusado de rebelião, que leva a 30 anos de prisão.

Puigdemont foi substituído pela vice-premiê espanhola, Soraya Sáenz de Santamaría, do conservador Partido Popular, o mesmo do premiê, Mariano Rajoy.

As finanças, outra área controversa da intervenção espanhola, vão para a pasta de Fazenda, chefiada pelo ministro Cristóbal Montoro. As funções eram do vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, um dos líderes separatistas, também destituído.

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