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Inconformado com o Prêmio Nobel da Paz para a líder oposicionista María Corina Machado, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, criou o prêmio “Arquiteto da Paz” e o concedeu a si mesmo.
Segundo informações da agência Ansa, o prêmio foi entregue pela desconhecida Sociedade Bolivariana da Venezuela, em um evento realizado em Caracas para marcar o 195º aniversário da morte de Simón Bolívar, cujo “legado histórico e político” a entidade mencionada divulga.
A Sociedade Bolivariana da Venezuela alegou que Maduro mereceu o “prêmio” por seu trabalho na “construção e preservação da paz na Venezuela e na América Latina” – deixando de mencionar suas violações de direitos humanos, o apoio à ditadura de Cuba e as ameaças de invadir a Guiana.
“Bolívar não pereceu; seu espírito permaneceu vigilante, velando pelos destinos de seu povo. Hoje, seu ideal irradia uma luz inextinguível em seu berço: a Venezuela bolivariana”, afirmou Maduro na cerimônia.
“Todo o mal que o imperialismo tenta nos causar está se convertendo em uma força de luta”, acrescentou, em referência à operação militar dos EUA contra o narcotráfico no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico.
O chavismo já havia deixado claro sua revolta com o Nobel a María Corina, reconhecida pela sua luta pela volta da democracia na Venezuela.
Na semana passada, quando o prêmio foi entregue em Oslo, a vice-presidente executiva da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que a cerimônia na Noruega foi um “velório”, um “fracasso total” e “um prêmio manchado de sangue”.
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez (irmão da vice de Maduro), também menosprezou o prêmio a María Corina.
“Pobre paz, pobre Prêmio Nobel, concedido a alguém que defende a invasão da Venezuela, que pede ações militares e que celebra o assassinato de seres humanos no Mar do Caribe”, afirmou o chavista.
Antes deles, o secretário-geral do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, número 2 do chavismo, já havia criticado o Nobel da Paz, ao dizer que o prêmio é “um leilão” concedido “ao maior lance”.







