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O vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assegurou neste sábado (23) que quem está no comando do país é Hugo Chávez, hospitalizado há mais de dois meses após uma cirurgia oncológica. "Só há um comandante em chefe, só um chefe supremo da revolução. Nós somos seus colaboradores, soldados militantes da causa Chávez", disse Maduro, algumas horas depois de anunciar que o presidente respira com a ajuda de um tubo traqueal e conversa com os membros do governo por "vias escritas".

O vice, que visitou Chávez no hospital militar de Caracas na manhã de hoje, voltou a reforçar que, nas mais de cinco horas de reunião com seus ministros ontem, o comandante discutiu um conjunto de medidas econômicas "que vão deixar o povo muito feliz nas ruas".

"Se há um governo preocupado com a alimentação, a saúde, a educação, é o do presidente Chávez", disse.Hoje pela manhã, uma manifestação convocada pela oposição reuniu centenas de pessoas para protestar contra o desabastecimento e a recente decisão do governo de desvalorizar o bolívar forte.Candidato da oposição

Na manifestação, líderes opositores garantiram que iniciam, neste domingo, as conversas para definir um futuro candidato à presidência, caso sejam convocadas novas eleições.

"Tem que ser um candidato que seja a antítese do que estamos vendo, que deixe a violência de lado, que não encha seu discurso de adjetivos para insultar os outros, como faz Nicolás Maduro", disse o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, da coalizão opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática).

Opositores já começam a pressionar o governo para que declare, ao menos, a ausência temporária de Chávez. A medida, prevista no artigo 234 da Constituição, manteria o vice, Nicolás Maduro, no comando, mas passaria a estabelecer um prazo para a ausência de Chávez: 90 dias, prorrogáveis por mais 90, com a aprovação da Assembleia Nacional.

Se a situação de ausência temporária se prolongasse por mais de seis meses, caberia à Assembleia decidir, por maioria, o estabelecimento da ausência permanente do presidente.

Neste caso, novas eleições têm de ser convocadas em 30 dias --e, inclusive, se Chávez não tiver tomado posse até lá, quem governa no período é o presidente da Assembleia, posto ocupado hoje pelo chavista Diosdado Cabello.

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