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Presidente venezuelano considera que os empresários estão aumentando preços para estimular a usura e desestabilizar o país | EFE/Prensa Miraflores/Divulgação
Presidente venezuelano considera que os empresários estão aumentando preços para estimular a usura e desestabilizar o país| Foto: EFE/Prensa Miraflores/Divulgação

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu calma à população e aos consumidores que ocupam as lojas de eletrodomésticos há quatro dias, em discurso na noite de segunda-feira (12). O pedido é feito três dias após a intervenção no comércio, ordenada pelo mandatário.

Maduro considera que os empresários estão aumentando preços para estimular a usura e desestabilizar o país. Após a intervenção, que reduziu os preços de eletrodomésticos e eletrônicos em até 50%, milhares de venezuelanos fizeram filas nas lojas ocupadas, algumas delas invadidas com atos violentos.

Em cadeia de rádio e televisão, o mandatário pediu calma à população e acusou agitadores da oposição de terem provocado os atos violentos. "Fiquem calmos, os produtos vão ficar onde estão. Não vamos permitir que as empresas continuem a extorquir os consumidores. Vocês não precisam dormir na porta das lojas."

Para manter a segurança, Maduro convocou as chamadas milícias populares para ajudar o Exército e a Polícia a garantir a segurança nas lojas e assegurar a venda dos artigos a preços reduzidos. O grupo de militantes é formado principalmente por funcionários públicos e estudantes e foi criado em 2005 por Hugo Chávez.

A intervenção nas lojas é uma das medidas tomadas pelo presidente para tentar enfrentar a crise econômica no país, em que a inflação deve superar os 50% neste ano, segundo consultoras privadas, e o dólar paralelo é oito vezes mais caro que a cotação oficial, devido às restrições do governo.

Enquanto o governo acusa os empresários de aumentar os preços de forma indiscriminada, as empresas acusam Maduro de promover uma "caça às bruxas" contra os grupos privados, em sua maioria vinculados à oposição política.

Justiça

No mesmo pronunciamento, o presidente venezuelano anunciou a criação de uma procuradoria e de tribunais especiais para atender os casos do que chama de usura. Maduro declarou que a nova procuradoria vai se dedicar "única e exclusivamente" a resolver esses casos.

"Era necessário uma medida destas características para atender, em tempo real, a usura, o roubo", disse, acusando os "parasitas da burguesia" de especularem com os preços para desestabilizar seu governo.

Ao mesmo tempo, pediu "penas severas" para as pessoas que cometerem a usura, e os classificou como "bandidos e ladrões que estão sendo descobertos em flagrante". Pouco antes, a Procuradoria-Geral acusou dois gerentes de lojas de departamento por envolvimento na remarcação de preços.

A procuradora-geral, Luisa Ortega, informou que o número de detidos dentro da ofensiva do governo contra a especulação chega a 28.

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