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Nakary Mena Ramos

Maduro prende jornalista que denunciou aumento da criminalidade em Caracas

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Nicolás Maduro, ditador da Venezuela (Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa)

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O regime do ditador Nicolás Maduro prendeu arbitrariamente no começo deste mês a jornalista Nakary Mena Ramos, de 28 anos, após ela produzir uma reportagem sobre o avanço da criminalidade em Caracas. Mena Ramos, repórter do portal independente venezuelano Impacto Venezuela, foi detida no dia 8 de abril ao lado de seu marido e cinegrafista, Gianni González. Ambos foram acusados formalmente de “instigação ao ódio” e “publicação de notícia falsa”.

A detenção ocorreu pouco depois da publicação da reportagem nas redes sociais que mostrava moradores da capital venezuelana denunciando a escalada de roubos na cidade. O conteúdo do material contrariava a versão oficial do regime venezuelano, que alega uma expressiva redução nos índices de homicídio no país.

Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), Mena foi enviada a um presídio feminino no estado de Miranda, enquanto González permanece recluso no complexo penitenciário El Rodeo II, nas proximidades da capital. Ambos foram impedidos de contratar advogados privados, sendo representados por defensores públicos vinculados à ditadura chavista.

A Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) exigiu a libertação imediata da jornalista e que o regime se abstenha de tomar represálias contra profissionais da comunicação. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado em Nova York, também condenou a prisão.

“As autoridades venezuelanas devem libertar imediatamente a jornalista Nakary Mena Ramos e seu marido, arquivar todas as acusações e garantir que eles possam trabalhar sem medo de represálias”, afirmou a coordenadora do programa para a América Latina, Cristina Zahar.

Diosdado Cabello, número dois do chavismo e ministro do Interior, Justiça e Paz do regime venezuelano, atacou recentemente a jornalista. Dizendo que Mena Ramos estava trabalhando em uma “campanha” para gerar “medo” na população, Cabello defendeu dados divulgados pela Procuradoria venezuelana que indicariam uma redução de quase 90% nos homicídios entre 2018 e 2024 — números questionados por diversas organizações civis.

Organizações de defesa dos direitos humanos e partidos da oposição também classificaram a prisão da jornalista e de seu marido como “arbitrária” e pediram a libertação imediata dos dois profissionais.

“Trata-se de mais um atropelo à liberdade de expressão em um país onde denunciar a verdade virou crime”, afirmaram os opositores.

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