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40 milhões de toneladas

Maior depósito de lítio pode ter sido descoberto em supervulcão nos EUA

Reserva de lítio encontrada nos EUA.
Se confirmada a informação sobre a maior reserva de lítio já encontrada, o EUA pode ficar entre um dos maiores produtores do mundo. (Foto: Jcomp/Freepik)

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Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram o que pode ser a maior reserva de lítio já encontrada na história da humanidade, dentro de um supervulcão inativo, formado há milhares de anos na divisa dos estados de Oregon e Nevada. A equipe de vulcanologistas estima que o local, conhecido com Caldeira McDermitt (uma cratera pré-histórica gigantesca que mede 45x35 quilômetros), possui 40 milhões de toneladas do metal alcalino.

O lítio é a principal matéria-prima para a produção de baterias de equipamentos eletrônicos e veículos elétricos.

A descoberta, realizada em 2023 por pesquisadores da Universidade do Oregon em parceria com a empresa Lithium Americas Corporation, tem o potencial de reorganizar a geopolítica energética mundial nas próximas décadas. Isso porque, pode reduzir a dependência americana do lítio importado de outros países, assim como deve também impactar no preço do metal no mercado internacional.

Com a promessa da transição energética e do crescimento das vendas de veículos elétricos a longo prazo, a corrida pelo lítio deve se acirrar em todo o mundo.

Vulcão inativo nos Estados Unidos, com lítio.Lítio em McDermitt, vulcão inativo nos Estados Unidos, é supostamente a maior reserva do mundo (Foto: Wirestok/Freepik)

De acordo com a Forbes Portugal, os cinco maiores produtores anuais de lítio no mundo atualmente são:

  • Austrália: 86 mil toneladas;
  • Chile: 44 mil toneladas;
  • China: 33 mil toneladas;
  • Argentina: 9,6 mil toneladas;
  • Brasil: 5,9 mil toneladas.

No caso dos EUA, por exemplo, apenas 1% do lítio utilizado pelo país é extraído internamente, segundo levantamento do Departamento de Energia americano.

A falta de independência na produção do lítio faz com que a indústria do país seja altamente dependente da China, principal fabricante de baterias global. Com a crescente tensão comercial entre os dois países, a não dependência da indústria chinesa pode vir em boa hora para Washington.

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Para se ter uma ideia, caso as estimativas dos pesquisadores da Universidade de Oregon se provem corretas, a reserva na Caldeira McDermitt – aproximadamente 40 milhões de toneladas de lítio – seria tão grande quanto a soma das segunda e terceira colocadas no ranking global, no caso regiões da Bolívia (21 milhões de toneladas) e da Argentina (19 milhões).

No ano passado, a China havia anunciado ter encontrado uma reserva de aproximadamente 30 milhões de toneladas de lítio, mas ainda não há comprovação de que a descoberta chinesa possua tais dimensões.

Como será o investimento público na possível reserva encontrada?

O otimismo dos EUA com a reserva de lítio na Caldeira McDermitt também chegou até o Salão Oval.

No ano passado, o Departamento de Energia americano anunciou um empréstimo de U$2,6 bilhões para a subsidiária Lithium Americas Corp. (incluindo US $1,97 bilhão de capital e US $289,7 milhões de juros capitalizados), para ajudar a financiar o projeto de construção das instalações no estado do Oregon.

De acordo com a pasta governamental, o projeto intitulado de Thacker Pass deverá criar cerca de 1,8 mil empregos durante a execução das obras e 360 postos de trabalho durante as operações, além de contar com a capacidade produtiva de 40.000 toneladas de lítio por ano.

A empresa Lithium Americas Corp. ainda estima que o Thacker Pass poderia apoiar a produção de 800 mil baterias para veículos elétricos, evitando o consumo de 317 milhões de galões de gasolina por ano.

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