
Vários governos latino-americanos reiteraram ontem que não reconhecerão as eleições em Honduras, enquanto outros assinalaram que a eleição de Porfirio Lobo para a Presidência hondurenha poderá abrir uma saída para a crise. A Espanha também se manifestou contrária ao reconhecimento do pleito hondurenho.
"O governo espanhol não reconhece as eleições, mas também não as ignora", disse o chanceler espanhol Miguel Angel Moratinos, durante a cúpula dos países ibero-americanos em Estoril, Portugal.
Também em Estoril, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse que as eleições em Honduras aconteceram "conforme havia assinalado a Constituição hondurenha antes do golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya". Não obstante, Bachelet disse que o pleito de domingo "não pode ser invocado para legitimar um golpe de Estado, desfechado há apenas cinco meses, porque desta maneira seria aberto um precedente grave e inaceitável".
Além do Chile, Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela, Bolívia e Equador já haviam dito que não reconheceriam as eleições.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, Marco Aurélio Garcia, disse que alguns "gestos" do presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, e a taxa real de participação nas eleições poderão levar a "mudanças" na posição brasileira, mas ressaltou que o país não reconhece a legitimidade do pleito.
O governo do Paraguai também manifestou sua posição contrária. "O presidente (Lugo) disse que é impossível reconhecer as eleições em Honduras", disse Humberto Blasco, ministro da Justiça e do Trabalho do Paraguai.
Ao contrário desse grupo de países, Colômbia, Peru e Costa Rica reafirmaram que reconhecerão o novo governo. "Aconteceu um processo democrático em Honduras", afirmou o presidente colombiano, Álvaro Uribe.
O governo do México ainda não tem uma posição definida. O presidente Felipe Calderón pediu a volta da ordem institucional a Honduras, mas lembrou que as eleições do domingo ocorreram sem "observadores internacionais institucionais" e por isso não é possível dizer se o processo foi livre.



