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Mais de 50 países afetados pelas políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, já buscaram o diálogo com o líder republicano sobre a negociação das novas cobranças, segundo revelou neste domingo (6) Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.
"Ontem à noite, recebi um relatório do representante de Comércio de que mais de 50 países entraram em contato com o presidente para iniciar negociações", disse Hassett em uma entrevista ao programa This Week, da emissora ABC News.
A tarifa global mínima de 10% anunciada por Trump esta semana entrou em vigor no sábado (5), ameaçando causar ainda mais turbulência nos mercados internacionais.
Em 2 de abril, dia que batizou de "Dia da Libertação", o republicano anunciou uma tarifa de 10% sobre produtos procedentes de 184 países e territórios, além da União Europeia (UE), e em alguns casos aumentou as taxas.
No caso do Brasil, a alíquota foi mantida em 10%, mas chegou a ser incrementada em até 20% para produtos da UE ou até 34% para as exportações chinesas que chegam ao mercado americano.
Essa escalada tarifária adicional, que se aplica apenas a alguns parceiros comerciais de Washington, entrará em vigor no dia 9 de abril.
As tarifas semearam temores entre os investidores de uma possível desaceleração econômica e, de fato, instituições financeiras como o JP Morgan advertiram que poderiam levar os EUA a uma recessão e deixar os preços mais altos para os consumidores.
Além disso, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, declarou na sexta-feira que as tarifas resultarão em maior inflação e menor crescimento econômico.
Hassett, que foi um dos membros do governo Trump que se reuniu com o presidente enquanto deliberava sobre as tarifas, reconheceu que "poderia haver algum aumento" nos preços, mas negou que as tarifas representem "um fardo pesado" para o consumidor americano.
O diretor do Conselho Econômico Nacional também enfatizou que as tarifas não são um imposto "porque dependem da oferta e da demanda".
"Nossa abordagem é reduzir impostos, gastos e regulamentações e impor uma linha tarifária básica em todo o mundo, atingindo os atores mais duros", acrescentou.
Questionado sobre o motivo de a Rússia não estar na lista de países afetados, Hassett declarou que, diferentemente de outros aliados dos EUA, como Europa, Canadá e México, Moscou “está em meio a negociações de paz (com a Ucrânia) que afetam milhares de pessoas", razão pela qual impor tarifas "não é apropriado".




