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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fala durante a cerimônia de transferência de comando da Polícia Nacional da Colômbia, em 19 de agosto de 2022.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, fala durante a cerimônia de transferência de comando da Polícia Nacional da Colômbia, em 19 de agosto de 2022.| Foto: EFE/ Carlos Ortega

Mais de 100 mil pessoas estão confinadas à força na Colômbia devido ao conflito armado seis anos após a assinatura do acordo de paz entre o governo e os guerrilheiros das Farc, advertiu nesta quinta-feira (24) a ONG Conselho Norueguês de Refugiados (CNR).

"Imagine que pessoas armadas forçando-o a ficar em casa, dia após dia. Os confinamentos na Colômbia significam que você não pode trabalhar, visitar sua família ou enviar seus filhos e filhas para a escola", disse o diretor interino do CNR na Colômbia, Juan Gabriel Wells.

A ONG, que recolhe os números do confinamento junto do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha, na sigla em inglês), apelou ao governo e aos grupos armados para que cessem a prática de confinar comunidades inteiras nas suas casas ou territórios.

“Pedimos ao governo colombiano e aos atores armados não estatais que concordem com uma paz duradoura que beneficie as populações vulneráveis ​​afetadas por essas restrições desumanas de mobilidade”, acrescentou Wells.

Violência persistente

O acordo de paz foi assinado em 24 de novembro de 2016 em um ato no Teatro Colón, em Bogotá, e hoje, seis anos depois, a Colômbia continua imersa em "seis conflitos armados não internacionais", segundo o Ocha, que afetam milhões de pessoas.

Grupos armados, detalha o CNR em um comunicado, “utilizam o confinamento forçado como uma estratégia para exercer controle sobre comunidades e territórios isolados que são frequentemente usados ​​para atividades ilegais”.

“Mais de 2,6 milhões de pessoas tiveram seus movimentos restringidos somente durante o ano de 2022, sendo as comunidades indígenas e afro-colombianas algumas das mais afetadas”, segundo dados do Ocha, citados pela ONG.

“O confinamento e as restrições de mobilidade que estamos testemunhando na Colômbia são humilhantes e degradantes. Os grupos armados devem se comprometer a acabar imediatamente com essa prática sem sentido”, disse Wells.

Compromisso com Acordo de Paz

Apesar da violência persistir, o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento (CSM) para a implementação das recomendações para a não repetição do conflito armado da Comissão da Verdade comemorou os seis anos da assinatura do acordo, "uma carta de navegação importante" para a cessação da violência.

"Neste sexto aniversário, o Comitê (...) ratifica seu compromisso com o Acordo e, para isso, faz cumprir as recomendações do Relatório Final da Comissão em favor dos direitos das vítimas, para uma Colômbia onde há são garantias de vida plena para todas as pessoas", disse o órgão criado pelo acordo de paz em um comunicado.

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