Mediação
Enviado da ONU se reunirá com presidente da Síria
O enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, se reunirá hoje com o presidente Bashar al Assad em Damasco.
O presidente sírio é responsável por uma violenta repressão contra seus opositores, que deixou mais de 7.500 mortos em um ano.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que Annan leva à Síria três propostas: cessar todo tipo de violência, seja de parte das forças do governo e da oposição, solução política global para o conflito e acesso à ajuda humanitária.
A visita de Annan a Damasco ocorrerá um dia depois de a chefe da ajuda humanitária da ONU, Valerie Amos, ter deixado o país. Amos assegurou que grande parte da cidade de Homs, principal reduto dos rebeldes, foi "devastada" pelas forças de governo.
A Organização das Nações Unidas (ONU) está preparando estoques de alimentos para 1,5 milhão de pessoas na Síria como parte de um plano emergencial de 90 dias, avaliado em US$ 105 milhões, para ajudar civis privados de suprimentos básicos após quase um ano de conflito.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU informou ontem ter distribuído alguns produtos na Síria por meio de agências humanitárias locais, mas não tinha chegado às pessoas nas áreas mais atingidas pela violência.
Segundo a ONU, o número de 1,5 milhão de pessoas com necessidade de ajudar alimentar é mais um sinal de agravamento da crise política vivida no país de 22 milhões de habitantes.
A chefe humanitária da ONU, Valerie Amos, afirmou ontem que exigiu acesso livre para entregar ajuda humanitária às vítimas dos confrontos, mas que o governo do presidente Bashar al-Assad ainda não deu permissão.
"O governo sírio pediu mais tempo para avaliar o acordo que eu apresentei a eles. É realmente muito importante, na minha visão, que tenhamos acesso livre", disse ela em Ancara, na Turquia, após uma visita à Síria.
"Entretanto, o governo concordou com um exercício de avaliação limitado pelas agências da ONU e autoridades sírias, o que nos daria alguma informação sobre o que está acontecendo no país."
Amos contou ter ficado chocada com o que viu na quinta-feira no bairro destruído de Baba Amr, em Homs, um centro da oposição a Assad.
"Eu fiquei devastada com o que vi, aquela parte de Homs está totalmente destruída, não sobraram pessoas. Aqueles que eu vi estavam buscando seus pertences", disse. "E é importante saber o que aconteceu com aquelas pessoas."
Combatentes rebeldes deixaram Homs há uma semana depois de quase um mês de bombardeios pelas forças do governo. Valerie é a primeira autoridade sênior internacional a visitar Baba Amr desde que as forças do governo entraram no local.
Pelo menos 13 pessoas foram mortas ontem em um ataque do exército contra um vilarejo na província síria de Idlib, onde tropas e tanques estão se concentrando nesta semana, segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.
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