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Revolta árabe

Mais de 1,5 milhão de sírios precisam de ajuda externa

ONU pressiona para levar socorro às vítimas da violência no país, mas governo de Bashar Assad não libera acesso

Sírios e libaneses que vivem na área de Wadi Khaled, perto da fronteira, protestam contra a repressão do governo sírio sobre a oposição | Roula Naeimeh/Reuters
Sírios e libaneses que vivem na área de Wadi Khaled, perto da fronteira, protestam contra a repressão do governo sírio sobre a oposição (Foto: Roula Naeimeh/Reuters)

A Organização das Nações Uni­­das (ONU) está preparando estoques de alimentos para 1,5 mi­­lhão de pessoas na Síria como par­­te de um plano emergencial de 90 dias, avaliado em US$ 105 mi­­lhões, para ajudar civis privados de suprimentos básicos após quase um ano de conflito.

O Programa Mundial de Ali­­mentos da ONU informou ontem ter distribuído alguns produtos na Síria por meio de agências hu­­manitárias locais, mas não tinha chegado às pessoas nas áreas mais atingidas pela violência.

Segundo a ONU, o número de 1,5 milhão de pessoas com necessidade de ajudar alimentar é mais um sinal de agravamento da crise política vivida no país de 22 mi­­lhões de habitantes.

A chefe humanitária da ONU, Valerie Amos, afirmou ontem que exigiu acesso livre para entregar ajuda humanitária às vítimas dos confrontos, mas que o governo do presidente Bashar al-Assad ainda não deu permissão.

"O governo sírio pediu mais tempo para avaliar o acordo que eu apresentei a eles. É realmente muito importante, na minha vi­­são, que tenhamos acesso livre", disse ela em Ancara, na Turquia, após uma visita à Síria.

"Entretanto, o governo concor­­dou com um exercício de avaliação limitado pelas agências da ONU e autoridades sírias, o que nos daria alguma informação so­­bre o que está acontecendo no país."

Amos contou ter ficado chocada com o que viu na quinta-feira no bairro destruído de Baba Amr, em Homs, um centro da oposição a Assad.

"Eu fiquei devastada com o que vi, aquela parte de Homs está totalmente destruída, não sobraram pessoas. Aqueles que eu vi es­­tavam buscando seus pertences", disse. "E é importante saber o que aconteceu com aquelas pessoas."

Combatentes rebeldes deixaram Homs há uma semana depois de quase um mês de bombardeios pelas forças do governo. Valerie é a primeira autoridade sênior internacional a visitar Baba Amr desde que as forças do governo en­­traram no local.

Pelo menos 13 pessoas fo­­ram mortas ontem em um ataque do exército contra um vi­­larejo na província síria de Idlib, onde tropas e tanques estão se concentrando nesta semana, segundo o Observa­­tório Sírio pelos Direitos Hu­­manos.

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