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Terrorismo

Mais países fecham embaixadas no Iêmen

Braço da Al-Qaeda no país árabe ameaça novos ataques terroristas. Missões diplomáticas receberam reforço na segurança

Escola em que o nigeriano Farouk Abdulmutallab estudou, no Iêmen. Responsável por ataque a avião confessou ter recebido, no país, instruções sobre o atentado | Khaled Abdullah/Reuters
Escola em que o nigeriano Farouk Abdulmutallab estudou, no Iêmen. Responsável por ataque a avião confessou ter recebido, no país, instruções sobre o atentado (Foto: Khaled Abdullah/Reuters)

O governo do Japão é o primeiro da Ásia a decidir fechar sua embaixada no Iêmen devido às ameaças terroristas feitas pelo braço da re­­de Al-Qaeda naquele país. Estados Unidos e Reino Unido estão com suas representações completamente fechadas desde domingo. Todas as restrições foram acompanhadas de alertas aos cidadãos desses países.

Ontem, as forças de segurança do Iêmen decidiram reforçar o patrulhamento nos arredores das embaixadas e anunciaram a morte a tiros de dois supostos membros da rede terrorista liderada por Osama bin Laden. Os suspeitos mortos eram guarda-costas de Nazih al Hang, acusado de terrorismo. A operação de perseguição a Nazih, que acabou na morte dos guardas, ocorreu na região de Arhab, 40 km ao norte da capital Sanaa.

O braço da Al-Qaeda no Iêmen recebe especial atenção dos EUA desde o último dia 25, dia de Na­­tal, quando o nigeriano Umar Fa­­­­rouk Abdulmutallab, 23, que es­­tava no Iêmen, tentou explodir um avião com destino a Detroit (EUA). O nigeriano acabou contido por outros passageiros, o que impediu que ele explodisse a ae­­ronave, que levava cerca de 300 pes­­soas.

Em interrogatório, o nigeriano disse que havia recebido as instruções para o ataque frustrado no Iêmen. No sábado, o presidente americano, Barack Obama, confirmou que a Al-Qaeda do Iêmen estava por trás da ação.

"Segundo certos indicativos, a Al-Qaeda prepara um atentado contra um alvo em Sanaa, que po­­de ser nossa embaixada", afirmou John Brennan, o conselheiro do governo Obama para o antiterrorismo, em entrevista à tevê CNN.

Nos últimos dias, o governo iemenita enviou centenas de militares extras para duas províncias montanhosas do leste do país consideradas bastiões da rede terrorista Al-Qaeda e nas quais o nigeriano responsável pelo ataque ao avião teria estado. Um outro reforço foi anunciado na área litorânea, na fronteira com a Somália, depois de rebeldes daquele país terem anunciado que apoiarão o braço iemenita da Al-Qaeda na guerra contra o Ocidente.

O Ministério de Relações Exte­­riores da França também anunciou ontem o fechamento da embaixada ao público. "Em 3 de janeiro, nosso embaixador decidiu não autorizar mais, até nova ordem, o acesso do público aos escritórios da sede diplomática no Iêmen", informou o porta-voz da chancelaria da França, Bernard Valero. "O embaixador francês enviou uma mensagem aos nossos compatriotas que vivem no Iêmen pedindo para que sejam prudentes e fiquem atentos, pela situação atual", acrescentou.

A Alemanha fechou seu setor consular, de atendimento ao pú­­blico, e a Itália restringiu o acesso a pessoas com hora de consulta marcada. A República Tcheca to­­mou medida semelhante.

De acordo com o jornal El País, a embaixada espanhola em Sanaa restringiu o acesso do público ao prédio, mas mantém sua seção consular "aberta e operante".

O Brasil não mantém embaixada no Iêmen. A representação brasileira junto ao governo iemenita é feita pela embaixada brasileira em Riad (Arábia Saudita).

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