Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Soberania

Malvinas atacam carta aberta de Cristina para os britânicos

Presidente argentina reclama que Londres não cumpriu determinação da ONU sobre negociar devolução de arquipélago para Buenos Aires

Veterano da Guerra das Malvinas veste uma bandeira argentina com o mapa das ilhas, durante protesto diante da embaixada britânica, em Buenos Aires | Enrique Marcarian/Reuters
Veterano da Guerra das Malvinas veste uma bandeira argentina com o mapa das ilhas, durante protesto diante da embaixada britânica, em Buenos Aires (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)

O governo das Ilhas Malvinas atacou a carta aberta da presidente argentina Cristina Kirchner e afirmou que ela é "historicamente imprecisa", além de dizer que autoridades britânicas e do arquipélago compartilham ideais de "democracia, liberdade e confiança mútua".

A carta foi publicada como anúncio publicitário em diversos jornais britânicos ontem, incluindo o Guardian. Nela, Cristina pede que seja cumprido o acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre descolonização, de 1965, e atribui o domínio das ilhas ao "colonialismo britânico do século 19".

Segundo o governo local do arquipélago, porém, a carta da ONU concede o direito aos habitantes de determinar seu próprio futuro e que os laços políticos com o Reino Unido são um exercício deste.

"Esse direito fundamental está sendo ignorado pelo governo argentino, que está negando nosso direito de existir como povo e negando nosso direito de viver em nosso lar", diz o comunicado das autoridades do arquipélago.

Na carta de ontem, data que marcou o 180º aniversário da dominação inglesa do território, Cristina Kirchner pede a retomada das negociações com o Reino Unido e diz que as ilhas foram "extirpadas" do território argentino em 1833.

Diz Cristina: "Os argentinos foram expulsos das ilhas pela Marinha Real e pelo Reino Unido, que iniciou em seguida um processo de transferência de população semelhante ao aplicado em outros territórios sob domínio colonial." (Leia a íntegra da carta nesta página.)

Ela justifica o domínio argentino das Malvinas devido à proximidade do arquipélago do litoral argentino, que estão a 14 mil quilômetros de Londres.

Em comunicado, o governo britânico disse que não pretende negociar a soberania das Malvinas com Buenos Aires e disse que a vontade da população local é permanecer ligada ao Reino Unido.

"Eles permanecem livres para escolher seu próprio futuro, tanto politicamente quanto economicamente, e têm o direito à autodeterminação conforme o estabelecido pela Carta da ONU", diz a nota do governo britânico.

Londres acusou os argentinos de não querer ouvir a vontade da população das ilhas, prestes a fazer um plebiscito em março para decidir sobre o status de seus cerca de 3 mil habitantes. Previsões indicam que a população local deve votar esmagadoramente a favor da situação política atual.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.