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Multimídia| Foto: Reprodução/Globo

Curitiba – O boom da economia da China nos últimos anos fez crescer não apenas o comércio com vários países, mas também a procura pelo aprendizado da língua mandarim. Um verdadeiro desafios aos falantes ocidentais, já que a língua falada por 1,3 bilhão de chineses tem como base ideogramas. Ou seja, dominar esse idioma não é tarefa nem um pouco simples, exigindo do aluno bastante paciência e dedicação.

Os motivos que levam dezenas de pessoas a buscar o curso de mandarim são vários. De jovens que acreditam que essa língua trará um diferencial no competitivo mercado de trabalho a empresários que mantêm negócios com os chineses e precisam aprender o idioma o mais rápido possível.

Em Curitiba, só o Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin), da Universidade Federal do Paraná, tem 13 turmas de mandarim com 146 alunos. "Os brasileiros estão vendo a China como o país do futuro. Há quatro anos, quando iniciamos o curso, havia apenas uma turma", diz Mariza Riva de Almeida, diretora do Celin. O semestre no Celin custa em média R$ 360.

O Centro de Línguas do Colégio Estadual do Paraná (Celem) também oferece o curso para alunos e a comunidade. São 70 alunos em 2 turmas. Boa parte dos estudantes é descendente de orientais, mas muitos procuram o curso pensando em ampliar as oportunidades no mercado de trabalho.

Já a escola Netlinguae, em Curitiba, tem mais de 100 alunos que aprendem o mandarim não só na escola, mas também nas empresas em que trabalham. A escola atende crianças, a partir de 5 anos, adolescentes, empresários, empresas que estão investindo no mandarim para seus funcionários, profissionais da área de turismo e saúde.

O crescente interesse pelo comércio com a China e a preocupação de profissionais em ter um diferencial no mercado de trabalho, já que poucos dominam o mandarim, alimentam cada vez mais a procura pelo curso no Brasil, diz Victor Key Harada, diretor da Mandarim – Escola de Língua Chinesa, que tem duas sedes em São Paulo desde 2004. No total, a escola atende 300 alunos. No período da manhã e tarde, predominam estudantes do ensino médio e universitários e, à noite, empresários e executivos que têm urgência em aprender a língua como ferramenta de trabalho. As mensalidades da Mandarim custam entre R$ 210 e 245 para 2 horas de aula por semana.

Nascida em Pequim, Liang Yan mora no Brasil desde os 17 anos. Cursou Letras na Universidade de São Paulo e hoje é proprietária do Centro Cultural e Assessoria Empresarial Brasil–China (Chinbra), em São Paulo. Há seis anos ensinando mandarim, a Chinbra tem 400 alunos e presta serviços de traduções para empresas. "Muitos alunos conseguiram bons empregos porque estudam ou já falam mandarim. Além do idioma, damos ênfase no ensino das tradições e cultura chinesas."

Quem ensina

O lingüista Liang Sheng Wei, nascido em Taiwan, mora há oito anos no Brasil e desde 2004 se dedica ao ensino de mandarim para brasileiros. "Acredito que a procura do curso deve aumentar nos próximos anos no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, são 300 faculdades oferecendo o curso. Ou seja, um mercado para mais de 20 mil professores." Wei, que é professor do Celin, se preocupa em não só ensinar o idioma, mas também em transmitir valores e tradições da cultura chinesa aos alunos.

Para Chang Yuan Chiang, que também é professor do Celin e está no Brasil desde 1998, os países do Sudeste Asiático têm mostrado grande interesse no curso de mandarim. "Na Tailândia, o mandarim faz parte da grade curricular do ensino médio."

Poucos professores

Alunos não faltam, mas professores sim. Não é nada fácil encontrar um professor de mandarim no Brasil. A exigência é que o profissional domine no mínimo o português e o mandarim, comenta Liang Yan. "Os chineses que moram no Brasil e falam português geralmente já têm emprego. Por isso, fica mais complicado encontrar professores."

Por um bom tempo vai crescer a procura pelos cursos de mandarim no Brasil e cada vez mais haverá espaço para professores da língua, prevê Victor Key Harada. "Hoje, nossos professores são de origem chinesa e passam por treinamento. Acredito que o ensino de mandarim seja um bom mercado para os que dominam o idioma."

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