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Mulher bate panela estampada com a imagem de Silvio Berlusconi, na região central de Roma | Alessia Pierdomenico/Reuters
Mulher bate panela estampada com a imagem de Silvio Berlusconi, na região central de Roma| Foto: Alessia Pierdomenico/Reuters

Imerso em escândalos de prostituição e sob acusações de corrupção, o premier da Itália, Silvio Berlusconi, foi alvo ontem de protestos em mais de 30 cidades em diversas regiões do país. As manifestações ocorreram um dia após a Justiça italiana ter pedido seu indiciamento pelas denúncias.

Turim, Veneza e Palermo são algumas das cidades cujas ruas foram palco de novos protestos convocados pelo movimento social do Povo Violeta (Popolo Viola, em italiano), um dos mais críticos ao líder. Além das cidades italianas, estavam previstos protestos também em Amsterdã, Bruxelas, Lon­­dres, Nova York, Zurique (Suíça) e Manchester (Reino Unido). "Esta­­remos diante das delegações do governo e em muitos lugares simbólicos para afirmar nossa oposição ao presidente do governo", indica o porta-voz do Povo Violeta, Gianfranco Mascia, em comunicado. "Saímos às ruas para defender nossa amada Constituição, que nos protege dos abusos, tornando-nos iguais perante a lei. Saímos às ruas porque não compartilhamos das políticas da maioria governamental e da compra e venda de votos", acrescenta.

O caso Ruby se refere à garota marroquina Karima El Mahrug, conhecida como Ruby, que teria oferecido serviços sexuais durante festas de Berlusconi, e o próprio premier teria remunerado a garota por isso. Julgamento Ainda na quarta-feira, promotores italianos entraram com um pedido para levar o premiê do país, Silvio Berlusconi, a julgamento imediatamente por acusações de pagar para ter relações sexuais com uma menor de idade e por pressionar a polícia indevidamente para liberá-la da prisão. O requerimento – que significa que os promotores têm evidências no caso para pular uma fase preliminar de audiências – irá aumentar ainda mais a pressão sobre o premiê de 74 anos.

A ação, anunciada em um comunicado no momento em que Berlusconi está em Roma divulgando um plano para reviver a economia italiana, é provável que seja apenas um passo de uma potencialmente longa batalha jurídica.

Promotores de Milão dizem que Berlusconi pagou por sexo a um "número significante" de jovens mulheres, incluindo a dançarina marroquina Karima El Mahroug quando ela era menor de 18 anos, a idade mínima permitida legalmente para ser uma prostituta na Itália. Também dizem que ele depois exerceu uma pressão indevida sobre policiais para que a jovem, conhecida como Ruby, fosse libertada de uma delegacia de polícia em Milão depois de ter sido detida sob acusações de roubo. Após o pedido, um juiz terá cinco dias para decidir sobre o julgamento, apesar de o prazo poder ser estendido por alguns dias. Se o juiz concordar com o pedido, o julgamento poderá ter início em dois meses.

Perseguição

Berlusconi nega qualquer irregularidade e diz nunca ter pago por sexo. Segundo ele, promotores de esquerda motivados politicamente o estão perseguindo e tentando destruir sua carreira, e ele tem se negado a prestar depoimento até agora nas investigações do caso Ruby. O escândalo surgiu em um momento difícil para o premier, cujo poder foi enfraquecido por um racha em seu partido, o Povo pela Liberdade, no ano passado, que custou a ele uma maioria segura no Parlamento.

As últimas pesquisas de opinião mostram que a investigação prejudicou Berlusconi, mas ainda não causou um golpe certeiro a ele. Um levantamento publicado pelo jornal Corriere della Sera na segunda-feira mostrou que apenas 34% dos entrevistados pensam que o magnata da mídia deve permanecer como primeira ministro. Apesar disso, muitas pesquisas dizem que sua coalizão de centro-direita deve vencer uma eleição antecipada, a não ser que a oposição, que engloba antigos neofascistas e extremistas de esquerda, juntem-se e formem uma fronte unida.

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