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Tailandeses usaram cartazes contra a primeira-ministra do país | Reuters/Athit Perawongmetha
Tailandeses usaram cartazes contra a primeira-ministra do país| Foto: Reuters/Athit Perawongmetha

Os grupos antigovernamentais iniciaram nesta quinta-feira (30) uma manifestação em Bangcoc, a capital da Tailândia, que durará até o próximo domingo, dia em que estão previstas as eleições gerais, com o objetivo de impedir a votação e provocar a queda do governo interino.

O líder dos protestos, o ex-parlamentar Suthep Thaugsuban, convocou todas as pessoas contrárias às eleições para que se juntem em sua "cruzada" pelas ruas de Bangcoc ou deixem seus carros estacionados no meio da rua para "bloquear completamente" a capital.

Suthep também anunciou que os manifestantes não vão fazer o bloqueio das zonas eleitorais, como fizeram no domingo passado durante as votações antecipadas quando obrigaram o fechamento, antes do horário previsto, da maioria dos locais de votação em Bangcoc.

"Aqueles que quiserem votar se transformarão nos servos do 'regime de Thaksin' ao fazê-lo, mas nós não o faremos", declarou o líder antigovernamental durante um discurso para seus seguidores na noite de ontem.

Suthep se referiu a Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro deposto em 2006 por um golpe militar, que ganhou diretamente, ou através de coligações ligadas a ele, todas as eleições gerais desde 2001 graças ao apoio da população rural do norte e nordeste do país que se beneficiou com suas políticas sociais.

Nas eleições de 2011, o Partido Puea Thai, com a irmã mais nova de Thaksin à frente, Yingluck Shinawatra, venceu com folga.

"Queremos anunciar para a comunidade internacional que não rejeitamos a democracia, mas sim uma democracia fictícia. Nós exigimos a reforma do país antes das eleições", disse Suthep, que acusa o atual sistema eleitoral de beneficiar os interesses da família Shinawatra e de seu partido.

No entanto, centenas de manifestantes cercaram as agências dos correios de pelo menos três províncias do sul para impedir a distribuição das cédulas para as eleições de domingo, conforme denunciou no Twitter Sunai Phasuk, pesquisador da Human Rights Watch na Tailândia.

Na véspera, a polícia anunciou que mobilizará 10 mil agentes para prevenir incidentes entre partidários e opositores do governo interino durante as eleições, depois que no domingo passado uma pessoa morreu durante um tiroteio.

O governo, depois de se reunir na terça-feira passada com os membros da Comissão Eleitoral, confirmou sua intenção de realizar as eleições no dia 2 de fevereiro após rejeitar o adiamento solicitado pelo órgão eleitoral pelo risco de uma escalada da violência.

Desde 2006, a Tailândia vive uma profunda crise política que a cada um ou dois anos desemboca em manifestações de partidários e opositores de Thaksin, que causaram dezenas de mortes e grandes perdas econômicas.

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