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A líder opositora María Corina Machado disse nesta quinta-feira (11) que os mais de 800 presos políticos detidos pelo regime do ditador Nicolás Maduro são tratados nos centros de detenção da Venezuela como “prisioneiros de guerra”. Segundo ela, o regime chavista submete esses cidadãos a condições extremas e degradantes, numa tentativa de seguir mostrando força e reprimir qualquer dissidência.
“Há heróis que estão presos e que nem sequer poderíamos chamar de presos políticos, e sim que são praticamente prisioneiros de guerra; assim são tratados por esta tirania”, afirmou Machado durante entrevista concedida a um programa de uma emissora colombiana.
De acordo com a ONG Foro Penal, 896 pessoas ainda estão privadas de liberdade por razões políticas na Venezuela. O número inclui 808 homens, 88 mulheres e cinco adolescentes. A organização também alertou que o paradeiro de 62 dessas pessoas segue desconhecido.
Em meio às denúncias, familiares dos detidos realizaram nesta semana um protesto nos arredores do centro de detenção do serviço de inteligência chavista, o temido El Helicoide, em Caracas. O local é citado por entidades internacionais de direitos humanos como um centro de tortura e violações sistemáticas. Os manifestantes exigiram a libertação imediata dos presos, atendimento médico adequado e o respeito ao devido processo legal.
Casos como o do advogado Perkins Rocha, do partido de María Corina, o Vente Venezuela, foram mencionados neste protesto. Segundo sua esposa, ele precisa de atendimento médico urgente por conta de uma válvula implantada na cabeça.
Para María Corina, a perseguição contra opositores escancara a natureza autoritária do regime chavista. Em sua entrevista, ela afirmou que o número de presos políticos é ainda maior do que o divulgado pela ONG Foro Penal.
“Há 903 pessoas neste momento que foram sequestradas, arrancadas à força de suas casas e de suas famílias, simplesmente por terem cumprido um dever histórico e cidadão: defender a democracia”, declarou.







