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A deputada republicana pela Flórida, María Elvira Salazar, pediu nesta terça-feira (1º) que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos apoie a Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei, nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país sul-americano tenta neste momento firmar um novo empréstimo com a instituição, no valor de US$ 20 bilhões, enquanto ainda negocia pendências de um empréstimo anterior de US$ 44 bilhões.
A solicitação de Salazar foi enviada por meio de uma carta ao secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e compartilhada em sua conta na rede social X. No documento, a congressista republicana defende que os Estados Unidos utilizem sua influência no FMI para garantir “um pacote de socorro robusto à Argentina”.
"Estou escrevendo para pedir que você [Bessent] venha em socorro do nosso aliado", diz Salazar no texto.
Ainda no conteúdo da carta, a parlamentar cubano-americana, conhecida por seu apoio à liberdade de expressão e econômica na América Latina, celebrou os esforços de Milei para reverter o legado do kirchnerismo e combater o que ela classificou como décadas de “fracassos socialistas” na Argentina.
“A nação da Argentina, um dos aliados mais importantes dos Estados Unidos no Hemisfério Ocidental, está em um momento decisivo. Sob o comando do presidente Javier Milei, os argentinos estão lutando para sair da estagnação provocada pelo socialismo”, declarou.
Salazar também fez uma defesa enfática do modelo econômico de livre mercado e da liderança de Milei como exemplo regional.
“Se a Argentina conseguir sair com sucesso de sua crise econômica, toda a América Latina se beneficiará. A Argentina é a referência moral e política que pode mostrar o caminho aos seus vizinhos”, afirmou. Ela acrescentou ainda que “o mundo livre inteiro se beneficiará, pois as pessoas ao redor do globo entenderão que liberdade e capitalismo são o caminho para a prosperidade, não o socialismo”.
A congressista pediu que o Tesouro dos Estados Unidos use sua influência para garantir que o novo acordo argentino com o FMI preveja um valor total de US$ 20 bilhões em empréstimo, com um desembolso inicial imediato de US$ 15 bilhões — ou seja, 75% do montante. Segundo Salazar, esse repasse robusto seria essencial para estabilizar a economia argentina e garantir a continuidade do plano de reformas liderado por Milei.
“Um acordo de pelo menos US$ 20 bilhões, com uma liberação inicial de 75% (US$ 15 bilhões), é o necessário para estabilizar a economia e permitir que a Argentina enfrente este momento”, escreveu. Para Salazar, “não há dúvidas de que o retorno sobre esse investimento será enorme para o mundo livre”.
A manifestação de Salazar ocorre no momento em que o conselho do FMI se prepara para analisar a proposta que foi apresentada por Buenos Aires. Em entrevista à agência Reuters, a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou nesta segunda-feira (31) que considera “razoável” que a Argentina solicite neste momento um desembolso inicial de 40% do valor total do empréstimo de US$ 20 bilhões a ser negociado, cerca de US$ 8 bilhões. A carta da deputada republicana pressiona por um montante quase o dobro do proposto pela direção do FMI.
A carta de Salazar foi elogiada pelo ministro da Economia argentino, Luis Caputo. Minutos após a publicação da republicana, Caputo respondeu à congressista nas redes sociais: “Obrigado, María Elvira, por seu apoio constante!”.
Foi Caputo quem recentemente anunciou que o valor do novo pedido de empréstimo ao FMI será de US$ 20 bilhões e defendeu que o desembolso inicial deste valor seja mais elevado do que o que está sendo negociado.
Diferente de um empréstimo tradicional feito de uma só vez, o FMI costuma aprovar pacotes financeiros que são liberados em parcelas ao longo do tempo, conforme o país beneficiado cumpre metas econômicas previamente acordadas. Esses desembolsos graduais funcionam como uma forma de pressão e monitoramento, garantindo que o governo adote medidas fiscais, monetárias ou estruturais exigidas pelo acordo.







