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Excesso de regulamentação

Marte, Groenlândia e até o fundo do mar: ricaços querem fundar “cidades libertárias”

Bilionários americanos fazem planos para a Groenlândia: "cidades libertárias" (Foto: EFE/EPA/MADS CLAUS RASMUSSEN DINAMARCA FORA)

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O excesso de regulamentação do Estado sempre foi uma questão para empresários visionários, em todo o mundo. Desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, o assunto foi impulsionado por investidores "ricaços", que vÊm pressionando a administração federal pela construção de "cidades libertárias" dentro e fora dos Estados Unidos.

A ideia é apoiada por figuras conhecidas do mundo empresarial americano, como Peter Thiel, cofundador do PayPal, e o financista empreendedor de Wall Street Marc Andreessen.

Alguns projetos defendem a criação de fortalezas desregulamentadas dentro do país. É o caso do Freedom Cities Coalition, um grupo que busca espalhar cidades minimamente regulamentadas em todos os estados americanos.

Os idealizadores já informaram que mantêm contato com a Casa Branca sobre o uso de acordos interestaduais para criar essas zonas mais "livres".

Outra organização que promove esse movimento é a Próspera, estimulada pela Pronomos Capital, uma empresa de capital de risco que recebe apoio de Thiel e Andreessen.

Mas os planos para o desenvolvimento de "cidades libertárias" não ficam apenas limitados aos Estados Unidos. Esses investidores têm por alvo, ainda, lugares inusitados para testar a ideia, como o fundo do mar.

No ano passado, o engenheiro aeroespacial alemão Rudiger Koch, de 59 anos, quebrou o recorde como a pessoa que passou mais tempo vivendo debaixo d'água. Ele permaneceu isolado no fundo do mar por 120 dias.

Koch contou com o apoio da organização sem fins lucrativos sediada em São Francisco Seasteading Institute, que defende a "colonização dos oceanos". O movimento promove a vida "em ilhas flutuantes ambientalmente restaurativas com algum grau de autonomia política".

O presidente do instituto, Joe Quirk, afirmou certa vez que a ideia do movimento é "permitir às pessoas a formação de qualquer tipo de comunidade", em um mundo que tem como fundamento a liberdade.

Investidores fazem planos para a Groenlândia

Desde o início do segundo mandato, Trump tem insistido em seu interesse na aquisição da Groenlândia, território que atualmente faz parte da Dinamarca, apesar de ter certa autonomia.

A pressão do presidente rapidamente instigou investidores de tecnologia do Vale do Silício a fazerem planos para a ilha do Ártico. Alguns bilionários começaram a enxergar a Groenlândia como mais um ponto para implementar o projeto das chamadas "cidades libertárias".

Segundo a agência Reuters, que conversou com fontes familiarizadas com o assunto, empresários se aproximaram de Trump para fomentar a construção de um centro tecnológico na região, dedicado ao desenvolvimento de inteligência artificial (IA), veículos autônomos, lançamentos espaciais, microrreatores nucleares e trens de alta velocidade.

A iniciativa é defendida como "cidades startups" ou "cidades autônomas" dentro de um país. O objetivo desses locais é estimular a inovação e, em troca, ficarem isentos de regulações abrangentes.

Colonização de Marte

Um plano conhecido há mais tempo nesse sentido é o de colonização de Marte, projeto fortemente defendido pelo empresário Elon Musk, dono da SpaceX, mas que ainda está longe de ser colocado em prática.

No mês passado, o bilionário afirmou que seu foguete Starship será levado ao Planeta Vermelho até o final do ano que vem. No entanto, as necessidades básicas de adaptação da humanidade fora da Terra ainda precisam ser supridas.

Se esse primeiro passo gerar resultados positivos, a empresa de Musk acredita que pousos humanos poderiam começar já em 2029, embora "2031 seja mais provável", comentou o fundador da SpaceX em uma publicação no X, no mês passado.

Até o momento, o foguete Starship sofreu diversas falhas após o lançamento, o que levou a empresa a fazer inúmeras revisões nos equipamentos. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA disse que a empresa de Musk seria obrigada a conduzir uma investigação antes de realizar novos testes.

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