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O Partido Republicano dos Estados Unidos começa na segunda-feira sua convenção nacional oprimido por duas incertezas: a imprevisibilidade de um furacão assassino, que deverá atingir amanhã a costa do Golfo do México e levou o presidente americano, George W. Bush, e seu vice-presidente, Dick Cheney, a cancelarem a participação no evento, e o efeito ainda não avaliado do candidato John McCain ter escolhido a governadora do Alasca, Sarah Palin, para ser sua colega de chapa. No final da tarde deste domingo, McCain ordenou o cancelamento de boa parte dos eventos do primeiro dia da convenção nacional republicana, por causa da ameaça do furacão Gustav.

"Temos que agir como americanos," disse McCain. Segundo ele, apenas as atividades essenciais da abertura da convenção nacional republicana foram mantidas.

As projeções atuais do Centro Nacional de Furacões dos EUA indicam que Gustav deverá entrar no continente perto do local onde o furacão Katrina chegou em 2005, atingindo Nova Orleans, na Louisiana. A administração do presidente Bush foi repetidamente responsabilizada pelo mau manejo da crise provocada pela passagem do Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.

Neste domingo, os republicanos estavam claramente preocupados com o fato de que sua convenção abrirá no dia em que milhares de cidadãos dos estados na costa do Golfo estarão em fuga do que é um potencial desastre natural.

Bush e Cheney deveriam discursar na noite da segunda-feira, mas a participação deles, pelo menos no primeiro dia da convenção, foi cancelada. A primeira dama Laura Bush deverá discursar amanhã no evento.

A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, disse que estão sendo estudadas alternativas que permitam a Bush fazer um discurso na convenção, possivelmente por vídeo. Cheney viajará ao exterior na terça-feira, em uma jornada a quatro países que incluirá a Geórgia.

"Você sabe que não seria apropriado ter uma ocasião festiva enquanto uma tragédia possível está próxima ou um terrível desafio é apresentado na forma de um desastre natural, então nós estamos monitorando (o furacão) diariamente e eu estou fazendo algumas preces," disse McCain em entrevista exibida hoje na Fox News.

Embora os possíveis estragos do Gustav serão conhecidos bem antes que os republicanos deixem a capital de Minnesota na sexta-feira, os efeitos da escolha de Palin para candidata a vice-presidente na chapa republicana só serão totalmente conhecidos nas eleições de 4 de novembro.

Palin, que é vista como uma rebelde política no escassamente povoado Alasca, é profundamente conservadora e uma ferrenha opositora do aborto - uma questão crucial para a base evangélica dos republicanos. A governadora do Alasca, de 44 anos, levou em frente a gravidez do seu quinto filho, nascido em abril, mesmo sabendo que o feto tinha Síndrome de Down.

Os riscos para McCain, de qualquer maneira, estão na falta de experiência de Palin. Ela está no primeiro mandato como governadora do Alasca e antes foi prefeita de Wasilla, uma comunidade com oito mil habitantes ao norte de Anchorage. Os democratas deverão aproveitar esse fato para criticar McCain na questão. O candidato republicano disse várias vezes que falta experiência ao seu rival, o candidato democrata Barack Obama, de 47 anos.

Questionada sobre o criticismo sobre a falta de experiência de Palin em questões de segurança nacional, a esposa de McCain, Cindy McCain, disse neste domingo que "eu discordo totalmente, e meu marido também. Palin é muito experiente em tudo que fez."

"O Alasca é a parte do nosso território mais próxima à Rússia. Então, não é que ela não entenda o que está em jogo aqui. Ela é muito inteligente," disse Cindy McCain. John McCain e Palin viajarão neste domingo ao Mississippi, para observar como as pessoas estão se preparando para a chegada do furacão, disseram assessores de McCain.

Obama também considera visitar a região do golfo.

Bush foi muito criticado após a passagem do furacão Katrina porque saiu de seu rancho no Texas para uma viagem de dois dias ao Arizona e Califórnia. Em 29 de agosto, enquanto os diques rompiam e submergiam grande parte de Nova Orleans, ele visitou McCain e os dois comeram um bolo em comemoração ao 69º aniversário do senador pelo Arizona.

Hoje, antes de partir para o Texas, onde visitará pessoas que fugiram da aproximação do furacão Gustav, Bush disse que "os diques (de Nova Orleans) estão mais fortes do que sempre foram."

As informações são da Associated Press.

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